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Municípios investem para acabar com lixões
No Ceará, 80,9% dos municípios cearenses ainda utilizam lixões
Foto: Beatriz Morais
Joaquim Júnior
11/02/25 11:30

O fechamento dos lixões, tema discutido há décadas, ganhou mais forças a partir do lançamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ainda no ano de 2010. De lá para cá, a discussão uniu municípios caririenses em consórcio público em prol do objetivo de investir em inovações para a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos. A nível estadual, 80,9% dos municípios cearenses possuem alguma unidade de destinação/ disposição final enviando resíduos a lixões. Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Samuel Cidade, prefeito de Santana do Cariri e atual presidente do Conselho Municipal para Aterro dos Resíduos Sólidos (Comares), explica que um consórcio público funciona para diminuir os custos de determinada operação para os municípios. Ele conta que foi feita uma concessão para que uma empresa privada faça o gerenciamento dos resíduos sólidos, seguindo a PNRS. No Cariri, a empresa Regenera Cariri ficará responsável pela gestão e pelo tratamento dos resíduos nos municípios de Altaneira, Barbalha, Crato, Caririaçu, Farias Brito, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

“Na minha opinião, é inconcebível uma região, a nossa, do Cariri, tão rica na flora, na fauna, com água cristalina, uma chapada exuberante, onde a gente está buscando a chancela para se tornar uma paisagem imaterial da Unesco, ainda sofrer com esses lixões a céu aberto, sobretudo no verão, quando os lixões pegam fogo por conta das altas temperaturas e dos manejos inadequados. Famílias ainda vivem dentro do lixão, então acho que todo esforço que é demandado para a gente acabar com esses lixões a céu aberto é de grande valia”, relata o presidente do Comares Cariri, ao dizer que acredita que os municípios, através do consórcio e da empresa privada, devem estimular a coleta seletiva para reduzir o material que chega aos aterros.

Mariana Porto - gerente de Valorização de Resíduos da Regenera Cariri, explica que a empresa ficará responsável pela gestão e pelo tratamento dos resíduos, enquanto a coleta continuará sob gestão das prefeituras locais. “Serão investidos mais de R$ 130 milhões, ao longo de 30 anos de contrato, para construir a infraestrutura necessária à operação da concessionária”, explica. Para isso, serão implantadas unidades de triagem, tratamento mecânico e aterro sanitário, adotando práticas sustentáveis e cumprindo o que determinam o PNRS e o Novo Marco Legal do Saneamento.

Segundo a gerente, com a operação, os municípios poderão desativar lixões a céu aberto, onde há pessoas em atividade de catação insalubre. Além disso, a gestão correta dos resíduos vai contribuir de forma significativa para a preservação ambiental, em especial das fontes de águas subterrâneas; e ampliar o potencial de geração de renda dos catadores, que poderão ter, ainda, melhores condições de saúde e segurança na atividade.

Os planos futuros incluem instalar uma central de triagem mecanizada, equipamento que permitirá a ampliação do percentual de materiais recicláveis, além do crescimento do quantitativo de materiais que poderão ser compostados. Haverá, ainda, trabalhos voltados à educação ambiental, a fim de otimizar o volume de materiais que tem possibilidade ser reciclado, e ações junto aos catadores para que tenham condições dignas e possam agir nessa cadeia produtiva de economia circular.

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