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Espetáculo de dança promove debate sobre cultura indígena
Evento mergulha na cultura do povo Kaingang
Foto: Dani Berwanger
Natália Alves
14/01/25 12:00

O espetáculo Água Redonda e Comprida proporcionou um mergulho na cultura indígena dos povos Kaingang, no último fim de semana, no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo. O espetáculo apresentou, por meio da dança contemporânea, o conhecimento sobre as águas, a partir da perspectiva da cultura indígena, convidando o telespectador a refletir os imaginários projetados sobre os indígenas do sul do Brasil. O povo Kaingang está presente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A partir de referências práticas de arte e aprendizagem, a bailarina Geórgia Macedo e a bailarina do povo Kaingang, Nayane Gakre, apresentaram uma obra que envolveu a dança no universo das águas, trazendo em sua composição coreográfica a força e a fluidez representativas dos rios, goj tej (águas compridas), e às nascentes, as goj ror (águas redondas).

Iracema Gah Te, orientadora cênica do espetáculo, avalia que a importância de trazer a cultura do povo Kaingang para o Cariri "está principalmente na troca de conhecimento com o povo local da região do Cariri. Compartilhar um pouco do conhecimento do Povo Kaingang sobre as águas e conhecer as histórias e lutas da região".

O espetáculo foi marcado por roda de conversa sobre a relação que os povos indígenas do Sul e Nordeste estabelecem com as águas, a importância dos mais velhos nas criações artísticas, a potência e os desafios da construção intercultural em dança. Além disso, o evento contou com a oficina “Águas que movem corpos”, envolvendo dança e conhecimentos sobre os povos Kariri e Kaingang.

“O espetáculo traz a amplitude de perspectivas e pensamentos Kaingang numa sensibilidade, delicadeza e transmissão destes sentidos por Nayane Gakre e Geórgia Macedo. É a reatualização de nossas existências originárias no tempo atual, que através da ancestralidade narram outros rios e movimentos na transmissão de sentidos e sentimentos, para podermos seguir enquanto povos, enquanto coletivos na modernidade, e para que outros possam sentir banhar-se por outras águas, as águas originárias que dão vida a todos”, explica Angélica Kaingang, também orientadora cênica.

As orientadoras afirmam que ficaram surpresas e contentes com a recepção do público, com lotação nas duas sessões. "A oficina também estava cheia. Então acreditamos que conseguimos chegar no coração das pessoas. Que elas receberam e sentiram o trabalho", comentou Geórgia Macedo, bailarina do espetáculo.

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