Profissionais da saúde do Crato, a exemplo de enfermeiros e médicos que atuam na atenção primária e secundária à saúde, poderão ser capacitados para atenderem pessoas surdas ou com alguma outra deficiência auditiva. A proposta foi apresentada na Câmara Municipal do Crato e segue como sugestão para a Secretaria Municipal de Saúde. A ideia prevê a formação em Língua Brasileira de Sinais, uma língua visual-motora usada pela comunidade surda em todo o país.

Ao Jornal do Cariri, o vereador reeleito Thiago Esmeraldo (PP), autor da proposta, explicou que a iniciativa “foi motivada pela necessidade de garantir o acesso à saúde de qualidade para pessoas surdas ou com deficiência auditiva”. Ele destacou que a maioria dos profissionais da saúde não possui conhecimento suficiente em Libras, “o que dificulta a comunicação eficaz com pacientes surdos”.

Ainda conforme Thiago Esmeraldo, que é odontólogo, “essa lacuna na comunicação pode levar a erros de diagnóstico, tratamento inadequado e falta de compreensão das necessidades do paciente”. Ele acrescenta que “a capacitação em Libras também é fundamental para promover a inclusão e igualdade de oportunidades para pessoas surdas na sociedade”.

No ponto de vista da professora e intérprete de Libras Luiza Valdevino, a capacitação é fundamental, pois pode proporcionar “a compreensão precisa dos sintomas, tratamentos e humanização do cuidado”. Ela explica que, “quando o atendimento é feito diretamente com o surdo, é possível acontecer um atendimento personalizado”.

A barreira na comunicação entre médico e paciente também é causada pela falta de intérpretes de Libras nos serviços de saúde. Além disso, Luiza sugere uma melhor comunicação visual, “através de vídeos com explicações em Libras, legendas em vídeos educativos, material impresso em formatos acessíveis”, dentre outras ações.