Um projeto da Universidade Federal do Ceará buscará identificar causas e impactos das secas para, a partir disso, construir estratégias de preparação para esses eventos, além de ações de mitigação de seus efeitos. As atividades do projeto “Elas nas Exatas”, que contará com alunas do Ensino Médio, terão início ainda no mês de outubro, e contará com fomento público de R$ 597 mil.

Coordenado pela professora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT/UFCA), Celme Torres, o projeto une pesquisa, extensão e educação. No primeiro eixo, como explica a educadora, será feito um levantamento, uma contextualização, dos aspectos da seca na Região Hidrográfica do Salgado. A partir do diagnóstico, será construído um plano proativo de convivência com a seca.

“O grande atrativo do projeto é que a gente tem uma quantidade significativa de bolsas para oferecer a essas meninas para elas trabalharem dentro do projeto”, explica Celme Torres, ao dizer que a iniciativa busca aproximar estudantes das Ciências Exatas, que vai além da Matemática e abrange áreas como Engenharia (elétrica, mecânica etc), Ciências da Computação, Química, entre outras.

A metodologia do projeto foi elaborada pelo professor do Departamento de Engenharia Hidráulica Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco Assis, que atua como líder de equipe no programa Cientista-Chefe, mantido pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). “Foi uma sinergia de projetos”, enfatiza a professora, ao dizer que o projeto “Elas nas Exatas” terá duração de 36 meses.

Bacia Hidrográfica do Salgado

Dados da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) apontam que a sub–Bacia do Salgado, localizada no Sul do Ceará, integra a Bacia do rio Jaguaribe com área de drenagem de 12.865 km², que corresponde a 8,25% do território cearense. “Os melhores aquíferos da bacia do Jaguaribe estão localizados nessa região, notadamente no Cariri. Por conta disso, a maior parte de seus municípios é atendida por poços. Essa bacia apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de 452,31 milhões m³, num total de 15 açudes públicos gerenciados pela COGERH”, apresenta a SRH.