Crimes eleitorais são ações ilegais que podem interferir no processo eleitoral e, principalmente, no resultado das eleições. Para conter a prática, a Justiça Eleitoral desenvolve políticas públicas de fiscalização. Uma das mais recentes é o aplicativo Pardal, ferramenta que deu poder ao cidadão comum, de fiscalizar as irregularidades cometidas durante as eleições.

Na região do Cariri, o município de Juazeiro do Norte é a cidade que registrou o maior número de irregularidades no pleito, com 83 denúncias no aplicativo, seguida por Crato, com 34, e Barbalha, com 20. No geral, a Região Metropolitana do Cariri somou mais de 163 registros no Pardal.

Para o advogado especialista em Direito Público, Bruno Macedo, o aplicativo   é um avanço, porque permite que o próprio eleitor fiscalize. “Isso é ótimo porque amplia o alcance da Justiça Eleitoral, que muitas vezes, não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo. É uma maneira de tornar o processo eleitoral mais justo e transparente, com a participação ativa da sociedade”, completou.

O advogado explica que entre os crimes mais comuns, estão a compra de votos, o caixa 2, a boca de urna e a disseminação de fake news nas redes sociais. “A tentativa de compra de votos do eleitor, bem na entrada do local de votação, também ainda é algo que acontece bastante, mesmo sendo proibido”, destaca.

O caixa 2, em termos simples, é quando um candidato ou partido arrecada e gasta dinheiro durante a campanha, e não declara esses valores à Justiça Eleitoral. São gastos não registrados que podem trazer vantagens ilegais no pleito eleitoral. “Isso é um problema porque impede a transparência necessária para que todos os candidatos tenham as mesmas condições, favorecendo aqueles que utilizam recursos não contabilizados para ter vantagem na disputa”, explica o jurista.