Um sistema para monitoramento de queimadas está sendo desenvolvido em projeto na Universidade Federal do Cariri (UFCA), que se prepara para lançamento em outubro. O Monitor das Queimadas vai coletar dados em tempo real sobre focos de incêndio no Cariri. Em fase de testes, o monitor estima que 2.135 incêndios devam atingir a região até o fim do ano, com 919 queimadas contabilizadas até agora.

O segundo semestre do ano é um período crítico de aumento de incêndios ambientais, com 90% dos focos de queimadas sendo resultado de atividades humanas. O professor Fabrício Freitas explicou que os dados são captados e tratados por meio de inteligência artificial, com as estatísticas coletadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em relação aos incêndios provocados por ação humana, o Superintendente da Autarquia Municipal de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte, Eraldo Oliveira, recomenda que a população não queime resíduos. “A recomendação é não colocar fogo e procurar outras formas de fazer o tratamento. A fumaça das queimadas é tóxica e pode ser nociva, principalmente para idosos e pessoas com problemas nas vias aéreas”, pontuou.

Dentre as etapas do projeto, há a criação de um aplicativo, para que a população possa contribuir identificando focos de incêndio, com a possibilidade de envio de imagens, localização e outros detalhes para o registro da ocorrência. Eraldo Oliveira reitera que provocar incêndio é crime, e que deve ser denunciado. “Depositar lixo em terrenos é crime, e os proprietários de terrenos, principalmente em zona urbana, precisam zelar. Uma vez acontecendo esse tipo de queimada no local, provocada por outra pessoa, o proprietário precisa fazer o BO na Polícia Civil, para tirar a responsabilidade dele sobre o crime”, finalizou.