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Resíduos retirados de esgotamento ultrapassam 35 toneladas
Somente em Juazeiro do Norte, mais de 28 toneladas de resíduos foram retiradas de esgotamento sanitário
Foto: Divulgação Ambiental Ceará
Joaquim Júnior
01/10/24 9:00

Tubulações entupidas, esgotos correndo pelas ruas, poluição no meio ambiente... São muitos os problemas decorrentes do descarte incorreto do lixo. Um levantamento da Ambiental Ceará no Cariri aponta que, no período entre julho de 2023 e julho de 2024, mais de 35 toneladas de resíduos sólidos foram retiradas das Estações de Tratamento de Esgoto e Elevatórias (ETEs e EEEs) geridas pela empresa em Juazeiro do Norte (28,65 t), Barbalha (5,28 t) e Missão Velha (1,64 t).

Eraldo Oliveira, superintendente da Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Amaju) de Juazeiro do Norte, conta que, atualmente, o mundo passa por emergência climática em função do alto grau de consumo da população e do impacto decorrente disso, que tem início na extração do material para a produção. Diante disso, enxerga a educação ambiental como carro-chefe para qualquer execução de política pública. “A educação ambiental na construção de uma cultura, de um processo de consciência das pessoas, é fundamental principalmente para a presente e as futuras gerações”, enfatiza

Como exemplo, Eraldo cita o maior município caririense: “Juazeiro possui uma das Densidades Demográficas mais altas do Ceará, com 1.007 pessoas por km². Cada uma dessas pessoas descartando resíduos de forma incorreta vai levar para o fechamento e entupimento das galerias no período chuvoso, que vai trazer cheias extraordinárias e transtornos de ordem patrimonial para as pessoas, como também esse resíduo vai carrear para os rios. Além de assorear, vai trazer o envenenamento da água, o consumo desse material por parte dos peixes, a não absorção por parte das plantas, e esse acúmulo traz um problema muito sério no que diz respeito à emergência climática que hoje vivemos com muita realidade”.

Como avalia o superintendente, a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que ainda não foi implementada em sua maioria, é uma das leis mais importantes do país, e que a questão do crescimento ambiental deve levar em consideração que a responsabilidade é compartilhada – não somente do poder público, mas também do indivíduo e da iniciativa privada.

Para diminuir os impactos, ele cita alguns princípios: não gerar resíduos; reutilizar (a exemplo de copos de vidro ao invés de descartá-los); reciclar – ato que, como aponta, deve ser somado à mudança na matriz energética que produz os materiais. Eraldo cita, ainda, a questão da educação ambiental, o tratamento do tipo de resíduo e uma nova modalidade de relação das pessoas com a terra e com o consumo.

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