Mais de 30 anos depois de partir em busca de melhores condições de vida, João Batista Silva está de volta a Juazeiro do Norte. Sem notícias sobre o paradeiro dele ao longo das décadas, a família viveu numa espera que parecia não ter fim – até agora. Para o reencontro, uma corrente de ajuda foi necessária: ao ouvir nomes de familiares e referências à cidade natal de João Batista, a equipe médica de um hospital de Brasília entrou em contato com uma rádio de Juazeiro do Norte. Um sobrinho, ao ouvir os nomes, teve conhecimento do possível parente e, ao entrar em contato com o veículo de comunicação, houve a confirmação que se tratava do parente desaparecido. A família, então, foi orientada a procurar a Defensoria Pública do Estado do Ceará.

De acordo com o defensor público Heitor Estrela Gadelha, titular da comarca de Juazeiro do Norte, o caso tratava-se de um transporte assistencial, que deveria ser realizado por via aérea, dado o quadro de debilidades do paciente. Todo o processo ocorreu de maneira extrajudicial, o que garantiu a celeridade da ação. “Formalizei o caso como um procedimento administrativo prévio à Prefeitura, no qual foram expedidos ofícios ao setor do Tratamento Fora do Domicílio da Secretaria de Saúde e à Secretaria de Desenvolvimento Social de Juazeiro do Norte, requisitando informações quanto às ações e esforços efetivamente empenhados, no sentido de proporcionar o transporte e acolhimento do Sr. João Batista da Silva por seus familiares”, pontuou o defensor.

O sobrinho de João Batista foi buscar o tio em Brasília. Aparecida Gonçalves Leandro e Ana Flávia Moura, que integram a equipe Psicossocial da Defensoria Pública de Juazeiro, também auxiliaram na articulação com a Prefeitura do município. “Fizemos de tudo para evitar judicializar esse caso, tendo em vista, as muitas comorbidades que o Sr. João apresenta. Uma articulação com a rede e com o município de Juazeiro foi efetuada para conseguirmos as passagens, pois, ele não poderia voltar sozinho. Hoje a família encontra-se em estado de graça, pois, já tinham perdido as esperanças de encontrá-lo”, destaca a psicóloga.

Desta forma, foi possível o retorno de João Batista para casa. A mãe dele, que está com 94 anos de idade, enfim reencontrou o filho. Para Maria do Socorro Batista, irmã de João Batista, o momento é de felicidade. “Eu agradeço muito quem nos ajudou porque, se fosse por nós, não teríamos conseguido, pois é um lugar muito longe e a gente não tem condições. Eu estou muito feliz! O nome dele é João e ele veio antes da fogueira de São João, e graças a Deus, agora, depois do São João, nós estamos com ele”, afirmou.

Com informações da Ascom DPCE