Dia da Mulher, o maior desafio é se manter viva
O sexo feminino também enfrenta problemas na inserção no mercado de trabalho
Foto: Divulgação.
Regy Santos
05/03/24 6:00

Apesar de ser a maioria entre os habitantes de todas as regiões brasileiras, as mulheres ainda enfrentam desafios na luta pela conquista dos direitos. No meio social, o sexo feminino travou uma verdadeira batalha para sobreviver. O enfrentamento aos diversos tipos de violências - física, sexual, psicológica, moral e patrimonial - evidenciam as dificuldades de ser mulher. 

Na região caririense, a mulher ganhou representantes nas lutas sociais através de organizações como A Frente das Mulheres do Cariri. O grupo é uma articulação de feministas, suprapartidárias, das mais diversas origens socioculturais, credos, etnias, idades e profissões da região.

A professora Claudia Rejane (integrante da Frente) destaca que o grande desafio da mulher, hoje, é se manter viva. “O fator cultural é muito forte, existe entranhado na mentalidade do homem, que ele é superior a mulher. Então, essa situação de inferiorização é extremamente forte na sociedade e mata mulheres todos os dias”, pontua.

A violência doméstica é um problema de segurança pública, especialmente em regiões do interior. Grande parte dos casos de violência contra o gênero feminino acontece no núcleo familiar, como apontam os órgãos de proteção às mulheres.  

Para além de manter a integridade física, o sexo feminino também enfrenta problemas na inserção no mercado de trabalho. Indicadores sociais revelam que há uma grande desigualdade de gênero no âmbito trabalhista, culminando na diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo.

“O maior índice entre as pessoas desempregadas são as mulheres, e quando estão desempregadas, têm que enfrentar o aspecto estrutural do capitalismo machista, misógino e escravocrata brasileiro, que as condena às piores condições de trabalho e de vida”, explica Cláudia Rejane.

Quando conseguem adentrar no mercado de trabalho, as mulheres também acabam virando os maiores números nas estatísticas de assédio moral e sexual, de acordo com os índices de um levantamento feito pela Startup de Aconselhamento Jurídico. “Então, o segundo desafio da mulher hoje é viver. Viver com tranquilidade. Viver com segurança. Viver em paz, em harmonia”, afirma a professora.

As políticas públicas para o sexo feminino existem, mas ainda precisam ser eficientes. Entre muitas reivindicações do grupo Frente das Mulheres do Cariri, estão o direito à moradia, o acompanhamento eficaz do SUS (Sistema Único de Saúde), a ampliação do direito ao aborto, a paridade de salários de homens e mulheres, entre muitos outros.

“Os representantes políticos podem e devem fazer muita coisa”, afirma a professora, destacando que um passo importante é a conscientização das próprias mulheres sobre seus direitos e que elas podem e precisam  reivindicar.

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