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Guilherme Landim critica guerra de narrativas no PDT
"Não ficamos mais silentes à arrogância", diz Guilherme Landim
Foto: Junior Pio - Alece
Robson Roque
07/11/23 15:00

A crise interna do PDT cearense ganha um novo capítulo a cada semana. A direção nacional do partido destituiu o senador Cid Gomes da Presidência estadual da sigla. A medida foi tomada durante uma reunião no Rio de Janeiro, no dia 27. Em resposta, o parlamentar convocou uma reunião do diretório cearense para a próxima quinta-feira (9). Vídeos do encontro mostram uma discussão entre os irmãos Cid e Ciro Gomes, sobre candidatura a prefeito de Fortaleza em 2020.

A situação foi debatida por pedetistas na semana passada, em sessões da Assembleia Legislativa (Alece). O deputado caririense Guilherme Landim (PDT), um dos protagonistas das discussões, classificou a crise do partido como “uma novela que o povo do Ceará já não aguenta mais, e já está de saco cheio”. O parlamentar também criticou os vazamentos de vídeos da reunião, cujas imagens mostram apenas falas de Ciro. “Coloquem todos os vídeos que possam mostrar o que o senador Cid falou, as vezes em que eu me posicionei também”, pede Landim.

Guilherme foi pivô de dois momentos na reunião nacional. Ciro disse ter lançado o nome de Landim para a presidência da Alece, e não o irmão Cid. O deputado caririense, contudo, perdeu força na disputa pelo cargo, ao enfrentar resistência da base aliada ao governador Elmano de Freitas (PT), após apoiar Roberto Cláudio na eleição passada.

No cenário atual, o deputado Salmito Filho é o mais cotado a ser apoiado por Cid. No encontro, Roberto Cláudio ainda chamou Guilherme de mentiroso, quando o caririense afirmou que o ex-prefeito de Fortaleza havia informado sobre posição neutra de Cid nas eleições de 2022. “Isso é mentira sua, eu não disse, me perdoe Guilherme. Infelizmente você tem mudado e fico muito infeliz com isso”, comentou Roberto Cláudio.

Para o parlamentar caririense, o PDT vive uma “guerra de narrativas”, diante da divisão interna no Ceará. Guilherme exigiu coerência dos membros da sigla e respeito às decisões da maioria, ao comentar a destituição de Cid da Presidência estadual. “É não querer ganhar no grito. Porque nem no grito conseguem ganhar. Ganhavam no passado, mas agora nem no grito conseguem ganhar porque não nos calamos mais. Não ficamos mais silentes à arrogância, ao desmando e a muitas outras coisas que, infelizmente, vimos na sexta-feira passada”, argumentou.

Landim ainda citou o senador Cid Gomes e o ministro Camilo Santana como modelos “de como fazer política pensando nas pessoas, sem usar o fígado”. A expressão é comumente usada para descrever articulações políticas mediante  embates e divisões, no lugar de negociações e consensos. “Quando usamos o fígado na política acontece o que temos visto por parte de algumas pessoas”, acrescentou o deputado.

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