O aumento do número de cesáreas realizadas no Brasil gerou preocupação entre médicos durante um debate na Câmara dos Deputados. Os especialistas destacaram que a prática pode aumentar os riscos de morte para as gestantes. A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria do Carmo Leal, afirmou que desde 2011, o número de cesáreas é maior do que o de partos naturais no país.
Conforme a médica caririense Cácia Fernandes (foto abaixo), em entrevista ao Jornal do Cariri, o parto normal é mais vantajoso para a mulher, quando é bem indicado. “Se a paciente não tiver nenhuma contraindicação, o parto vaginal é uma excelente escolha”, argumenta. A cesariana, no entanto, pode ser necessária em caso de risco ou intercorrência obstétrica.
Para a médica, a escolha pela cesárea como regra, em detrimento do parto natural, se tornou uma opção cultural entre as brasileiras, devido a fatores como comodidade, menores dores e a possibilidade de agendar a data do parto.
A profissional ainda frisa a opção da rede hospitalar, sobretudo a privada, pela cesária, já que os partos naturais tendem a demorar mais. Entretanto, existem riscos associados à cesariana, como complicação anestésica, infecção, sangramento maior, embolia e trombose.
“É importante que as mães conversem com seu obstetra e pesquisem sobre o assunto para ver o que é melhor para elas. Muitas vezes, a indicação só é dada durante o trabalho de parto”, recomenda Cácia Fernandes. O diálogo com o médico e o acesso a informações sobre o parto são fundamentais para garantir a segurança e a saúde da mãe e do bebê.