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Conflito na Câmara de Juazeiro do Norte é vale tudo
14/03/23 0:00

Um dia antes da missa de sétimo dia da morte da vereadora Yanny Brena, a presidente da Câmara assassinada, os vereadores de Juazeiro do Norte mudaram de atitude, e já se articulavam para a eleição que escolherá o novo presidente da Casa. Mesmo sem uma data ainda marcada, e nem o novo presidente Raimundo Júnior empossado, os vereadores Beto Primo (PSDB) e Capitão Vieira Neto (PTB) disputam a preferência dos 21 colegas, voto a voto. Vieira afirma contar com o apoio de 12 dos 21 vereadores. Contudo, ao publicar a foto com seus eleitores, só apareceram 11 vereadores na fotografia. Confiante, Beto Primo garante ter o apoio de 10 vereadores, mas ressalta: deve ter surpresa no resultado da contagem dos votos. Capitão Vieira confia na fidelidade do grupo ligado ao deputado federal Yury do Paredão, irmão da presidente assassinada. Beto Primo desafia o prefeito Glêdson Bezerra a entrar de fato na disputa, sob o argumento de que a vitória de Vieira vai fazer da relação do Governo de Juazeiro do Norte com a Câmara um “inferno na terra”. Glêdson continua sem se manifestar.

Voto decisivo gera incerteza sobre vencedor

A bolsa de aposta sobre a grande disputa da Câmara de Juazeiro aponta que o voto que definirá o novo presidente será da vereadora Jaqueline Gouveia. Jaqueline apareceu em uma selfie ao lado de Capitão Vieira e de seu grupo, mas não teria assumido de público o apoio. Estaria colocando que ainda há dúvidas sobre sua real posição. Tanto, que durante a semana que passou, houve uma verdadeira romaria de vereadores dos dois candidatos em visitas a residência de Jaqueline Gouveia. Essa via sacra provocou fortes pressões na vereadora Jaqueline Gouveia tanto do grupo do deputado Yury do Paredão como também dos aliados do prefeito Glêdson Bezerra. Seu voto ameaça definir o novo presidente.

Data das eleições depende de posse de interino

Somente hoje está programada a posse do presidente interino da Câmara de Juazeiro, Raimundo Júnior. Consultado por seus aliados, se pretendia concorrer para terminar o mandato de Yanny Brena até 31 de dezembro de 2024, Raimundo Júnior descartou e assegurou que preferia permanecer apenas como vice-presidente. É nesse quadro que houve uma divisão na Câmara, com surgimento dos dois candidatos. Desse modo, a tensão tem sido o retrato desse processo eleitoral limitado há poucos dias, onde até agora não há um claro favorito. Tanto Capitão Vieira quanto Beto Primo faz discursos de vencedor, para empolgar seus eleitores e impedir defeções. Essa ansiedade sobre quem vencerá pode demorar, se o presidente Raimundo Júnior não convocar novas eleições para a próxima quinta (17).  Se o processo eleitoral ficar para o dia 21, mais confusa fica a sucessão da presidente Yanny Brena.

Vitória de Capitão Vieira coloca Yury na disputa de 2024

A escolha de Capitão Vieira Neto para representar o grupo dos 12 vereadores que fazem base para o deputado federal Yury do Paredão, o credencia como nome certo para a disputa de 2024. Yury admite que com Vieira à frente da Câmara de Juazeiro, o prefeito Glêdson Bezerra perderá de vez qualquer diálogo com a Casa. A eleição de Capitão Vieira traz uma certeza: ele buscará, de todas as formas, criar condições política para cassar Glêdson. A relação entre os dois inexiste. A estratégia de Yury não seria a cassação, mas sim um desgaste intenso até o último dia de gestão. No governo Glêdson, o temor é que Vieira use a estrutura da presidência, como assessoria jurídica e o quadro técnico, para perseguir a administração municipal. Esse confronto tem sido a bandeira do vereador Beto Primo, para tentar reverter a desvantagem de Capitão Vieira.

Ciro Gomes estuda nos Estados Unidos até abril

O eterno presidenciável cearense Ciro Gomes está curando a dor humilhante na sua quarta tentativa de chegar ao Planalto, em mais uma temporada na Universidade de Harvard, ao lado de seu guru, Mangabeira Unger. Ciro retorna no início de abril, quando promete fazer um balanço dos 100 dias dos governos Lula e Elmano de Freitas. A promessa de Ciro é detonar o PT sem piedade. Essa revelação antecipada tem sido antecipada aos jornalistas por aliados ciristas, que ainda espalham: não há chances de Ciro reatar a relação pessoal com seu irmão, senador Cid Gomes. Tem dito isso, sem pedir segredo, segundo confessa interlocutores do candidato derrotado à presidente do PDT no ano passado. Ciro continua bastante magoado com Cid, e não o perdoa. Também guarda profundo ressentimento do ministro da Educação, Camilo Santana. Não crítica o governador Elmano de Freitas, pois alega não ter intimidade política com o petista. Entretanto, é duro nos ataques que fórmula as práticas do PT nos governos que ocupa.

Ciro analisa trocar PDT pelo PSDB para ser livre

Ao regressar dos Estados Unidos, Ciro Gomes não inclui nas suas decisões do seu regresso, cessar aos ataques ao, agora, presidente Lula. Ciente que o PDT é partido aliado a Lula, e Carlos Lupi ocupa o ministério da Previdência, Ciro consideraria até a hipótese de trocar o PDT para se filiar ao PSDB de Tasso Jereissati. Sobre essa filiação, Tasso a descarta. Outro entrave para a filiação de Ciro está na negociação para que o MDB faça parte da federação já existente entre PSDB e Cidadania. Ciro jamais aceitaria ficar no mesmo espaço político que Eunício Oliveira. Com tantos problemas a serem superamos, Ciro deve ficar mesmo no PDT, que define nesta terça (14) a formação de uma federação com o PSB e o Solidariedade. O azar de Ciro: os três partidos são aliados de Lula. O espaço de Ciro para se contrapor ao Governo Lula ficaria ainda menor. A discussão sobre a saída de Ciro do PDT tinha como objetivo,  unicamente preservar a imagem do ministro Lupi. Ciro quer ter liberdade para bater em Lula sem a pressão do governo petista sobre Lupi. Mesmo negando, e com o fracasso eleitoral de 2022, Ciro pensa mesmo em ser candidato de novo em 2026.

Disse me disse…

Ministro da Educação, Camilo Santana, é a alegria do Planalto por só gerar notícias positivas para o presidente Lula.

Na sexta (10), em Brasília, anunciou o reajuste de até 38% na merenda escolar, que estava congelada há seis anos e a liberação de R$300 mi para retomada de obras.

O suplente de deputado federal Tarso Magno assumiu como secretário adjunto da Ouvidoria e Controladoria do governo Glêdson Bezerra.Tarso recusou assumir como secretário para continuar suas atividades na advocacia. Glêdson tenta trazer o PP de Zezinho para sua base.

O prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, é uma das forças a favor de Leitão Moura, que ainda tenta resgatar o comando da Expocrato. Zé Ailton estaria articulando a volta de Leitão.

Deputados do Cariri, Davi de Raimundão e Guilherme Landim trabalham para se aproximarem mais do governador Elmano. Hoje, o parlamentar da região mais próximo é Fernando Santana.

Desculpe a ignorância, qual será a desculpa oficial que a vereadora Jaqueline Gouveia usará para escolher entre Capitão Vieira e Beto Primo?

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