Prestes a completar seis anos de atividade na região do Cariri, em 05 de março, a Vila da Música Mons. Ágio Augusto Moreira se consolida na formação musical de crianças, jovens e adultos. Anualmente, em média 720 alunos recebem formação em 24 cursos de formação musical. Além disso, o local realiza ações artísticas e culturais, sobretudo na linguagem musical, contemplando em torno de 2.500 pessoas por mês.

A Vila da Música é o primeiro equipamento cultural da Secretaria da Cultura do Ceará, em parceria com o Instituto Dragão do Mar, instalado no Cariri. Ela dá sequência ao legado musical deixado por Padre Ágio Augusto Moreira, que chegou à comunidade do Belmonte, em Crato, em meados de 1960/1970 e iniciou estudos sobre práticas musicais com os camponeses. Em seguida, ele criou a orquestra musical Heitor Villa-Lobos e fundou a Sociedade Lírica do Belmonte (Solibel).

Dane de Jade, gestora da Vila da Música, conta que o equipamento tem como premissa básica a democratização do acesso aos processos formativos e educativos em música, tendo como dimensões a inclusão social e a promoção da cidadania e diversidade cultural com acesso democrático e gratuito. “Um equipamento cultural que busca incorporar a socialização, a formação humana e o ensino musical, no sentido de fomentar a cidadania por meio da educação musical, criando oportunidades para o desenvolvimento humano, econômico e territorial sustentável da região do Cariri”, afirma.

Atualmente, a estrutura física da Vila da Música compreende uma área de 2.713,38m², contendo auditório, biblioteca, salas de aula, estúdio de gravação, salas administrativas, refeitório, cozinha e quadra poliesportiva. Como aponta Dane, o funcionamento é calcado na oferta de cursos que são continuados, livres e demandados.

“Todo o esforço já apresentado para valorizar e identificar a Vila da Música com o patrimônio musical caririense traz à tona a importância de a escola assumir, em sua ação pedagógica, a responsabilidade de manter ações de salvaguarda desse acervo estético, especificamente no que diz respeito à música de tradição oral”, enfatiza, ao dizer que esse posicionamento já se apresenta desde a utilização de melodias do cancioneiro local nas aulas, materiais didáticos e se irradia para os repertórios de recitais, coletivos e programações culturais da escola, mas não se esgota apenas nessas ações.

Dessa forma, os mais de 700 alunos anuais integram o programa de laboratórios musicais com prática de conjunto cinco grupos: Camerata Ágio Moreira, Orquestra Mirim Vila da Música, Orquestra Padre Davi Moreira, Orquestra Solibel Jovem e Orquestra de Sopros Zequinha de Abreu. Assim, a Vila da Música vive, junto à comunidade, uma troca constante de saberes, com artistas que oferecem múltiplas possibilidades de trocas, com uma diversidade de influências que colaboram para formação de todo corpo da Vila, dos alunos aos professores e colaboradores.

Para o mês de março, Dane conta que uma programação especial está sendo montada, com convidados especiais, fruição, formação, lançamento do site, dos cancioneiros e muito mais.

Para ser aluno da Vila da Música, com ensino totalmente gratuito, as matrículas são abertas duas vezes ao ano, além de oficinas, palestras, cursos livres e seminários ofertados ao longo dos meses. “Convido todas as pessoas a conhecerem a Vila da Música Monsenhor Ágio Moreira, presencialmente e por meio das redes sociais, Facebook, Instagram, YouTube, e site da Secult/CE. Acompanhem, curtam e nos procurem! Estamos à disposição”, afirma Dane, ao finalizar com uma mensagem de Padre Ágio: “A música é terapêutica, é um dom. Você percebe os sons e ele penetra na alma da pessoa. A música cura certas doenças... As doenças do espírito e da alma têm remédio: é a música, a música é espiritual, é um dom de Deus”.