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Arnon e Darlan montaram esquema de corrupção em Juazeiro
Organização criminosa desviou R$ 5 milhões em Juazeiro
Imagens: Polícia Civil
Jornal do Cariri
27/12/22 0:00

O relatório da Polícia Civil, referente operação “PúblioVatínio”, aponta a existência de organização criminosa para desviar quase R$ 5 milhões em recursos públicos, ocultar patrimônio e fraudar licitação em Juazeiro do Norte. O relatórioenvolve o atual presidente da Câmara, Darlan Lobo; o vereador Beto Primo (PSDB); o ex-prefeito Arnon Bezerra (PDT) e o irmão dele, Sávio Bezerra; os ex-vereadores Domingos Borges e Antônio de Lunga; o ex-secretário de Infraestrutura, Isaac Daniel; e a empresa Werton Engenharia. Segundo a investigação, foi organizada uma estrutura para impedir a livre concorrência nas licitações.

A Polícia Civil acusa o ex-prefeito de Juazeiro, Arnon Bezerra, de chefiar a organização criminosa e, assim, obter tanto benefícios financeiros quanto capital político. Segundo a polícia, em conjunto os outros políticos, ele orquestrou “uma sofisticada estrutura ilícita de apoio parlamentar”, ao formar uma “confortável base aliada”, por meio da “distribuição de obras da administração pública municipal” aos vereadores Beto Primo e Domingos Borges e ao ex-presidente da Câmara, Antônio de Lunga - que teve o mandato cassado em 2013, mas conseguiu eleger a esposa, Aninha Teles (2016), e o irmão, Lunga (2020), para a Câmara Municipal.

O relatório classifica o irmãodo ex-prefeito como "interlocutor/lobista das fraudes", já que o esquema criminoso começou quando ele se reuniu em casa com Geraldo Werton, sócio da Werton Engenharia, empresa vencedora de licitação que, para a polícia, foi fraudada. No encontro, o parente de Arnon teria pedido que as obras de pavimentação em pedra tosca, em diversos bairros, fossem executadas pelos vereadores Beto Primo e Domingos Borges e, ainda, por Antônio de Lunga. Domingos Sávio também se beneficiou com venda de pedras e aluguel de máquinas.

Segundo a Polícia Civil, não há dúvidas sobre a participação de Darlan Lobo nos crimes. "As inúmeras interceptações telefônicas realizadas entre ele e os demais membros da empreitada criminosa, além dos documentos apreendidos na sua empresa, demonstram de modo cabal ser um dos principais responsáveis pela articulação do esquema criminoso", diz o relatório.

A Polícia Civil concluiu que as ilegalidades ultrapassaram as fraudes na licitação, alcançando a esfera política. “Demonstrado está que o esquema de desvio de recursos públicos foi mantido com a participação política, administrativa e operacional de integrantes do governo municipal à época e de membros da Câmara de Vereadores, mantendo uma relação íntima e de confiança entre eles”, afirma a Polícia Civil em inquérito.

Para os investigadores, o direcionamento de obras trouxe vantagem financeira e transferiu capital político para os vereadores e ex-vereadores, “que executavam as obras nas suas bases eleitorais, contratando apaniguados, em troca de uma coalização política local”.

O secretário de Infraestrutura, Isaac Daniel, foi acusado de prevaricação "por ordenar a emissão de alvarás sem preenchimento dos requisitos legais". Ao ser interrogado, ele disse ter alertado Arnon sobre irregularidades nas obras, o que levou a Polícia a concluir que o ex-prefeito tinha conhecimento de todo o esquema.“Fica claro que a organização criminosa operava por ordem e pleno conhecimento do ex-prefeito Arnon Bezerra, destinada ao pagamento reiterado e sistemático das vantagens indevidas, provenientes de pagamentos dissimulados, provenientes de contratos públicos municipais”.

Ao concluir as investigações, a polícia descobriu a existência da organização criminosa composta por um núcleo político-administrativo, integrado por Arnon Bezerra, Darlan Lobo e Isaac Daniel; um núcleo operacional, formado pelos vereadores Beto Primo e Domingos Borges, e pelo ex-vereador Antônio de Lunga; um núcleo empresarial, contido pelos empresários Geraldo Werton e Savio Werton, da Werton Engenharia; e um núcleo financeiro encarregado da lavagem de dinheiro.

Entre os crimes tipificados no inquérito policial estão fraude à licitação, fraude na execução de contrato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros crimes contra a administração pública.

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