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Dezembro Vermelho combate tabus sobre HIV/Aids
Humanização, empatia e sensibilidade são essenciais para melhor atendimento aos pacientes
Foto: Agência Brasil
Joaquim Júnior
06/12/22 10:30

Desde que os casos de HIV passaram a ser notificados, no ano de 2013, cerca de 2.800 casos positivos foram registrados no Cariri. Na região, três cidades possuem equipamentos de saúde voltados para pessoas vivendo com HIV/Aids: Juazeiro do Norte, Crato e Brejo Santo. Na primeira, em média dois mil pacientes são acompanhados; em Crato, entre 500 a 600 pacientes; e, em Brejo Santo, entre 300 a 400. Para conscientizar sobre o tema, que permanece envolvo em desinformação e tabus, a Campanha Dezembro Vermelho é realizada em todo o país.

Ronildo Oliveira, membro da Associação Caririense de Luta Contra a Aids, destaca que a campanha lembra a prevenção da Aids – que ocorre todo o ano e é intensificada em dezembro – e chama atenção da população, que deve cuidar, prevenir e defender os direitos das pessoas que já vivem com HIV. Ele, que também atua na Pastoral da Aids e na Associação Beneficente Madre Maria Villac (Abemavi), conta que as políticas públicas nacionais, estaduais e locais são cada vez mais desastrosas

“Tivemos, recentemente, o anúncio do corte de mais de R$ 400 milhões do Programa Nacional de HIV/Aids. Esse corte vai afetar, principalmente, na questão da medicação”, explica, ao dizer que houve fragilidade nas políticas públicas do Brasil. A nível estadual, Ronildo cita que não há mais uma coordenação de HIV/Aids, e sim um grupo de trabalho que pensa algumas ações para a questão sobre o tema. “Em Juazeiro do Norte, no Cariri, a situação também é bem desafiadora. A cada dia que passa, a gente tem visto um desmantelamento nas políticas de Aids”, pontua. Sobre a assistência das pessoas vivendo com HIV/Aids, ele conta que, nos ambulatórios, há apenas um médico em cada. Outra questão é a ausência de ações de campanhas de prevenção.

A medicação para o tratamento, segundo Ronildo, é ofertada ao público via SUS. Como lembra, é através dela que os pacientes que vivem com HIV/Aids conseguem manter a carga viral indetectável e intransmissível. Para melhorar as condições ofertadas aos pacientes, Ronildo elenca a humanização, a empatia e, principalmente, a sensibilidade por parte dos gestores, pois os pacientes necessitarão desse serviço durante a vida inteira.

David Moraes, diretor de Políticas Especializadas em Saúde, de Juazeiro do Norte, conta que o Centro de Infectologia, que conta com equipe multiprofissional, vem passando por readaptações. “É um centro regional. Atende Juazeiro e mais cinco outras cidades, o que faz do serviço uma referência no atendimento”, apresenta. Entre as medidas recentes, estão designação de médico hematologista e, a partir desta semana, suporte de carro e motorista para realização de visitas domiciliares a pacientes, visitas do serviço social etc. Além disso, há projeto de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, além das ações que serão intensificadas no Dezembro Vermelho e em 2023.

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