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Ciro, Cid e Ivo, o racha não tem volta
27/09/22 0:00

No domingo, 02 de outubro, o Ceará deve encerrar o ciclo da oligarquia Ferreira Gomes. Já não era sem tempo. O racha entre os irmãos Ciro Gomes versus Cid Gomes e prefeito Ivo Gomes saiu do campo das especulações, e da teoria conspiratória de que tudo não passava de uma briga arrumada, para se tornar um confronto verdadeiro e aberto dentro da família. Só o tempo dirá se há cura para esse rompimento político de quem mandou com mão de ferro na política do Ceará nos últimos 16 anos. Enquanto Ciro convocou o Brasil, nesta segunda (26), para anunciar um manifesto à nação com pesadas críticas a Lula, e liberou o candidato Roberto Cláudio para atacar com força os candidatos Elmano Governador e Camilo Senador - o que vem sendo feito na propaganda de rádio e televisão do PDT -, Cid e Ivo Gomes foram às ruas de Sobral, na sexta (23), para pedir votos para eleger Camilo. E na mesma hora, Camilo pedia apoio para Elmano. É tão claro que Cid e Ivo estão fechados com a chapa Elmano/Camilo, senão como explicar a adesão de quase a totalidade dos vereadores de Sobral aos candidatos do PT. A campanha de Roberto Cláudio, na cidade que deu origem à família Ferreira Gomes, está totalmente esvaziada por ordens de Cid e do prefeito Ivo Gomes. E mais: Cid e Ivo Gomes vão de Lula no segundo turno. Darão às costas a defesa de Ciro ficar neutro na disputa presidencial.

Camilo se prepara para assumir papel de chefe

O rompimento dos irmãos Ferreira Gomes propicia a consolidação de uma nova liderança estadual: Camilo Santana, favoritíssimo a se eleger, no domingo (02), o novo senador do Ceará. Se Elmano Freitas for eleito governador do Ceará, Camilo é o novo líder político. Não há mais necessidade de dividir seu protagonismo com Cid Gomes. Camilo é o cara. Se Lula for eleito presidente, seu protagonismo no Governo Federal tende a ser enorme, com chances de emplacar a governadora Izolda Cela no ministério da Educação. E quanto aos outros candidatos: mesmo derrotado, Roberto Cláudio garante um espaço no cenário político cearense para permanecer vivo e atuante. Sobre as eleições estaduais, Roberto Cláudio não expõe sua revolta com o comportamento do senador Cid Gomes, a quem acusa internamente de não ter agido com correção. Cid o traiu. E RC não admite estar derrotado nas urnas. Confia que irá ao segundo turno contra Elmano Freitas. Essa confiança de Roberto Cláudio esbarra na campanha do candidato Capitão Wagner, que vem se mantendo firme na dianteira das pesquisas eleitorais, apesar de todos os movimentos executados pelo PT e pelo PDT na atual disputa pelo Governo do Ceará. Capitão Wagner é o líder da oposição. Usou suas redes sociais para desafiar as facções e pediu para o eleitor votar "caladinho”, como saída para não sofrer ameaças e retaliações das organizações criminosas no Ceará e dos governos. Domingo, saberemos como o eleitor se comportará diante de todos esses fatos que compõem a política do Ceará. `

Camilo evita conflito na carreata do Crato

O candidato ao Senado, Camilo Santana, parece mesmo disposto a não se envolver em polêmicas nesta reta final de campanha. Consultado por sua assessoria, na sexta-feira (23), durante reunião no Crato para decidir sobre a carreata marcada para o dia seguinte, sábado (24), Camilo deu ordem para adiar para a manhã do domingo (25). Estavam marcadas para o mesmo dia as carreatas de Camilo e Elmano, do candidato a federal Rafael Branco e do candidato a estadual Aloísio Brasil. Rafael desistiu, mas Aloísio disse que não abriria mão. As carreatas estavam solicitadas para o mesmo horário. Camilo decidiu não dar munição para as críticas de Aloísio, que realizou seu evento sem qualquer repercussão. Já Camilo fez uma das maiores carreatas da cidade do Crato. Essa é a avaliação do seu coordenador regional, o prefeito Zé Ailton Brasil (PT).

Leitão Moura acusado de estar jogando duplo

O sucesso e a euforia dos militantes e coordenadores de campanha, depois da carreata de Camilo e Elmano no Crato, no domingo, não livraram o candidato a deputado estadual, Leitão Moura, das críticas, após o evento. Leitão enviou sua militância paga com bandeiras, carros e motos, mas não compareceu. Imediatamente, a avaliação de que estava fazendo jogo duplo ganhou eco entre os outros candidatos. Leitão Moura está sendo beneficiado por Camilo, com a cessão de vários colégios do Cariri, a pedido do senador Cid Gomes, mas não vai às atividades do PT, de Elmano Governador. Camilo não comentou, mas há quem garanta que concordou com a avaliação geral. Contudo, ressalta ter atendido um pedido do seu amigo, Cid Gomes. Na briga entre PT e PDT, Leitão Moura estaria mais próximo da campanha de Roberto Cláudio. Para piorar, o candidato do Cid, sequer, justificou sua ausência.

Divisão do fundo gera confusão nos partidos

É de confronto a relação dos candidatos a deputado federal e estadual com seus partidos. A insatisfação com os recursos recebidos do fundo partidário é generalizada. Vai do PT ao PL, passando pelas siglas nanicas. Todos protestam porque imaginavam que iriam ter direito a uma grana, que não veio. Grande parte do fundo partidário fi cou em Brasília para financiar as candidaturas presidenciais, e outra parte dessa verba foi usada para bancar as campanhas dos candidatos aos governos e ao Senado Federal. Somente os deputados federais eleitos tiveram um recurso melhor, mas menos do que imaginavam cair em suas contas. No Ceará, o presidente regional do MDB, Eunício Oliveira, não conseguiu agradar a aliados em Juazeiro do Norte, como a vereadora Jaqueline Gouveia, candidata a deputada estadual. O dinheiro do fundo eleitoral não foi repassado nacionalmente, para atender às pretensões dos candidatos do MDB no Ceará. Essa dificuldade não é exclusividade do MDB. 

Arnon tem motivos para reclamar muito

Quase todos os partidos enfrentam insatisfações dos candidatos com os recursos recebidos. O PL, partido do presidente Bolsonaro, enviou apenas R$ 500 mil para o deputado André Fernandes, e deu R$ 3,2 milhões para os deputados Dr Jaziel (R$2,1mi) e Dra. Silvana(R$1,1mi). Isso gerou ciumeira. Quem mais recebeu recursos vindo do fundo partidário no Ceará foi o candidato Inácio Arruda, da Federação PCdoB, PV e PT. Veio da tesouraria do PCdoB, R$ 3 milhões. Arnon Bezerra recebeu do fundo partidário, até agora, R$1,2 milhão. Já o mesmo valor embolsado pelo líder do PDT na Câmara, André Figueiredo. O caso da candidata Jaqueline Gouveia se perde diante de tantas reclamações em todas as legendas. Ela teria uma promessa de R$ 1 milhão para a campanha, mas recebeu acima de R$ 352 mil. Se dê por satisfeita, pois o seu valor foi maior do que o recebido pelo deputado Leonardo Araújo. Os outros deputados estaduais ganharam um pouco a mais: R$ 450 mil. A direção nacional não enviou o suficiente para distribuir entre os candidatos. Essa forma de repartir o fundo partidário terá de ser bem definida para as próximas eleições. Há uma crise instalada nos partidos.

Disse me disse…

O ex-governador Camilo Santana surpreendeu aos cratenses, ao pedir votos para o candidato a federal Rafael Branco, em rádios e redes sociais. Justificou que os eleitores devem votar em nomes conhecidos e de casa.

No PP, o ânimo é geral com a entrada do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra, para apoiar Tarso Magno, na candidatura a deputado federal.

O apoio abriu muitas possibilidades para que a legenda faça o segundo nome. No páreo estão o próprio Tarso e Rafael Branco, ambos do Crajubar.

Na verdade, a entrada do prefeito Glêdson na campanha de Tarso Magno facilitou as contas do PP de atingir o quociente eleitoral, obtendo 200 mil votos para eleger um federal.

Na Câmara de Juazeiro, o presidente Darlan não falou se vai se afastar do comando do Legislativo, enquanto durar a sua CPI. A pressão vem, principalmente, do vice-presidente Capitão Vieira Neto, que sonha em assumir a Casa para tentar derrubar o prefeito Glêdson.

Desculpe a ignorância, com ódio a Lula, o presidenciável Ciro Gomes vai viajar para Paris ou declarar apoio à candidatura do presidente Bolsonaro, no segundo turno?

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