Polícia Federal investiga casos de assédio infantil na Internet
Somente em 2022, 50 casos desse crime na Internet foram notificados no Ceará
Foto: Agência Brasil
Joaquim Júnior
23/08/22 11:20

Na última semana, o Cariri foi palco da operação policial Taciturno, que teve como objetivo interromper a produção, o armazenamento e o compartilhamento de arquivos de abusos sexuais de crianças e adolescentes por meio da internet. Um mandado de busca e apreensão foi realizado num domicílio na cidade de Caririaçu. Sob sigilo, a Polícia Federal dá sequência às ações no combate a esse tipo de crime, que já registrou mais de 50 casos no Ceará somente em 2022. No ano passado, foram produzidas mais de 70 informações relacionadas ao conteúdo sexual infantojuvenil na internet.

O delegado Victor Mesquita, chefe do Núcleo Regional de Repressão aos Crimes Cibernéticos, explica que a PF atua nesse tipo de investigação, normalmente, por meio de denúncias. Muitas procedem da National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC), entidade norte-americana não governamental que recebe informações e grandes conglomerados de mídia, como FacebookInstagramGoogleMicrosoft etc. Em caso de detecção de conteúdo criminoso, as autoridades de cada país são acionadas para, posteriormente, o caso ser encaminhado aos respectivos locais.

Como explica Victor Mesquita, a investigação tem início após uma denúncia, para que se confirme se as pessoas identificadas são as que realmente cometeram as condutas. Em caso positivo, são realizadas busca e apreensão e, dependendo do caso, também a prisão. Além disso, elas respondem por crimes capitulados em artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Se você tem conhecimento de qualquer atuação relacionada à pornografia infantil, abuso sexual ou compartilhamento desse tipo de conteúdo, você deve procurar as autoridades de segurança, sejam civis ou federais”, enfatiza o delegado.

O Delegado Erisvaldo Graça, da Delegacia da PF em Juazeiro do Norte, conta que, além do NCMEC, a atuação da Polícia no combate a esse tipo de crime também conta com equipe especializada, que utiliza ferramenta adequada, chamada Rapina, para fazer uma espécie de vasculhamento desse tipo de arquivos na internet. A partir de então, chega-se a um usuário, após algumas etapas, até que se desencadeie uma operação.

“A família deve ficar muito atenta à criança, principalmente o que ela acessa na internet, com quem ela conversa... Hoje em dia há aplicativos que o pai pode monitorar os acessos da criança – eu acho que é importantíssimo isso. O outro lado é ver o comportamento em si”, destaca Erisvaldo Graça, ao citar que, geralmente, as crianças molestadas abusadas mudam o comportamento e se tornam mais introspectivas.

As denúncias podem ser realizadas pelos contatos:

Superintendência Regional do Ceará

Telefone Plantão: (85) 3392-4916/ 4934/4924

E mail: [email protected]

Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro Do Norte

Fone: (88) 3311-3232

E-mail: [email protected]

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