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Guimarães se entrega aos FGs
11/01/22 0:00


O deputado federal José Guimarães veio ao Cariri no fim de semana e, sem rodeios, garantiu que a aliança do PT com a oligarquia Ferreira Gomes vai continuar no Ceará, independente da opinião do presidenciável Lula. Guimarães reuniu a imprensa para tirar as esperanças do ex-senador Eunício Oliveira ou dos deputados federais petistas Luizianne Lins e José Airton Cirilo, de serem o candidato apoiado ou lançado pelo PT na corrida ao Abolição. Não tem Lula que dê jeito. Surpreendente o autoritarismo demonstrado por Guimarães durante encontro com os jornalistas. Descartou qualquer interferência de Lula na decisão do rumo que o PT irá adotar nas eleições deste ano no Ceará. Disse, categoricamente, que quem manda no partido é ele, e sua vontade é manter a união do PT com o PDT. Não aprofundou se chegou a comunicar a Lula ou a presidente nacional, deputada Gleise Hoffmann, que não há nenhuma exigência do partido para continuar o acordo no Ceará.

Guimarães fala grosso contra Lula
O comportamento do cacique mor do PT cearense, José Guimarães, impressionou a todos que atenderam ao seu chamado para a sua reunião anual no Cariri. Em nenhum momento, Guimarães, ao queimar as pontes do PT com o PDT, ressaltou que esse caminho estava solidamente decidido com o respaldo de Lula e da direção nacional do PT. Alto lá! Essa posição a favor da aliança com a família Ferreira Gomes, para mantê-la no controle político do Ceará por mais quatro anos, é dele, e não há espaços no PT do Ceará para que Lula ou a presidente nacional Gleise Hoffmann venha a exigir que Ciro Gomes desista de seu projeto presidencial, ou pelo menos reduza os ataques - cada dia mais grosseiros e intensos - a Lula e ao PT. Guimarães está indiferente a essas reclamações contínuas da cúpula petista. Controla o PT no Estado e resolveu adotar o caminho que mais favorece a sua reeleição à Câmara Federal e aos seus interesses pessoais

Guimarães arquiteta plano B no acordo
Reservadamente, José Guimarães acalenta um sonho: quer trocar a Câmara Federal pela vaga de vice-governador do Ceará. Esse é o seu maior objetivo eleitoral. Ao não criar dificuldades para a aliança PT-FGs continuar no Ceará, Guimarães imagina que se credencia para realizar seus objetivos políticos. Contudo, esbarra na candidatura do governador Camilo Santana ao Senado. O PT não pode exigir duas das três vagas na chapa majoritária encabeçada pelo PDT. Como Camilo atrapalha a concretização de ser vice-governador, Guimarães publicamente defende a candidatura de Camilo para que o PT tenha mais um senador em Brasília. Nos bastidores, se esforça para que o senador Cid Gomes pressione Camilo a não se desincompatibilizar no dia 30 de março, visando assegurar a vitória dessa aliança. Uso subterfúgios fortes: diz que a candidatura de oposição liderada pelo deputado federal Capitão Wagner, é hoje uma ameaça maior a liderança dos FGs, do que representou a postulação do então senador Eunício Oliveira, em 2014, quando foi derrotado no 2º turno por Camilo.

Guimarães usa modelo retrô de Cid
A estratégia política adotada no início deste ano eleitoral no Ceará, pelo deputado José Guimarães, é igualzinha à imposta pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, contra seus opositores. Guimarães está passando a retroescavadeira por cima dos deputados José Airton Cirilo e Luizianne Lins. Desconhece o desejo de Lula ter um palanque próprio no Ceará, ou engessar Ciro nas agressões durante a campanha. Cuidou apenas dos deputados estaduais, cooptando-os com a ajuda do Governo Camilo. Elmano Freitas, ligado a Luizianne Lins, hoje silencia diante dessa postura de atropelamento adotada por Guimarães. Moisés Braz é do seu grupo e os outros dois deputados estaduais do PT, Fernando Santana e Acrísio Sena, são camilistas. Para aumentar seu cacife dentro da convenção estadual do PT, que imporá o seu desejo: acordo PT com FGs sem cobrar nada de Ciro, Guimarães articulou com Cid Gomes, e esse negociou com o governador Camilo, que fechou com o prefeito de Fortaleza, José Sarto, para nomear o ex-prefeito de Quixadá, Ilário Marques, que controla uns 10% da convenção estadual petista. Prestigiado com o cargo de secretário de Direitos Humanos da prefeitura de Fortaleza, apesar de estar condenado por improbilidade administrativa, o que impediria a sua posse, Ilário Marques virou estafeta de Guimarães na disputa interna entre ele e os que querem defender Lula no Ceará.

Sindicato quer Prefeitura bem boazinha
Em meio a crise que assola os equipamentos de Saúde de Juazeiro do Norte, com a inesperada greve dos servidores, mesmo com a alta de casos dentro da pandemia do covid, o Sindicato colocou em discussão com a administração Glêdson Bezerra uma pauta, no mínimo, estranha. E bem cara aos cofres do Governo de Juazeiro do Norte. Quer que a Prefeitura custeie nove servidores do Município que estão liberados para o Sindicato. Uma montante elevadíssimo: o custo anual dos nove servidores seria de R$ 440 mil, pagos inteiramente pelo Município. O prefeito Glêdson chamou a atenção dos dirigentes sindicais, para o fato de ter que repor os servidores no serviço público, o que elevaria o custo real para R$ 880 mil ao ano. Os sindicalistas se baseiam em uma lei esdrúxula, sancionada pelo ex-prefeito Arnon Bezerra, às vésperas de deixar o cargo: no dia 28 de dezembro de 2020. Na administração do prefeito Glêdson, a avaliação é que este é o verdadeiro e único propósito da greve. Tem sindicalista querendo deixar de trabalhar em hospitais, postos de saúde e UPAs, principalmente com o retorno do coronavírus bem contagiante. Para o Governo Municipal, o Sindicato usa os servidores da saúde como bucha para pressionar a Prefeitura a liberar os nove servidores do trabalho diário. O Sindicato já arrecada cerca de R$ 500 mil anual, e precisa bancar suas despesas com seus próprios recursos, para ter o respeito da categoria. Essa exigência não pode estar na pauta da greve.

Giovanni compra briga com o Sindicato
O vice-prefeito Giovanni Sampaio resolveu assumir o embate político com os grevistas da Saúde de Juazeiro do Norte. Em vídeo publicado nas redes sociais, Giovanni qualifica o movimento de político-partidário e recheado de ideologia por parte do comando do Sindicato. Muito criticado nas redes sociais, o vice-prefeito voltou a qualificar o movimento de irresponsável, citando o momento de pandemia e o surto de gripe que atinge o Município. As imagens de hospitais lotados circulam nas redes sociais. O comando de greve garante apenas 30% dos profissionais nos serviços. Sobre as acusações de Giovanni, o presidente do Sindicato, Marcelo Alves, qualificou as palavras como "infelizes" e de “ataques à classe trabalhadora”. Giovanni garante que não vai recuar e acusou o presidente de usar a greve apenas para garantir a folga de nove servidores do trabalho diário pagos pela Prefeitura, e que estarão à disposição do Sindicato. Essa tensão entre Giovanni e o Sindicato tende a aumentar.

Nelinho negocia para se filiar ao MDB
O deputado estadual Nelinho Freitas está sendo incentivado a trocar o PSDB de Tasso Jereissati pelo MDB de Eunício Oliveira. O principal defensor dessa mudança é seu colega, o deputado estadual Davi de Raimundão. Os dois firmaram uma dobradinha para as eleições deste ano. Impedido por Eunício de votar em candidatos fora do MDB, Davi vê na filiação de Nelinho a chance de manter a parceria com Nelinho, fechado ainda na aliança de 2020, quando os dois disputaram juntos à Prefeitura de Juazeiro do Norte. No grupo de Nelinho há muitas resistências a essa troca partidária, o que tem protelado a decisão. Nelinho não fala no assunto, até porque negocia também sua filiação ao União Brasil. E recebeu um convite do senador Cid Gomes para ingressar no PDT, na janela partidária de março.
Disse me disse…

  • Eunício Oliveira voltou a lançar seu nome para disputar o Abolição, desde que tenha o apoio do PT.
  • Desprezou o rolo compressor de Guimarães e foi enfático: Lula me disse que o PT define seu futuro na corrida eleitoral do Ceará somente em março. Até essa data, é tudo espuma. E Guimarães sabe disso.
  • O ex-juiz federal Sérgio Moro anunciou para fevereiro o lançamento do seu livro no Cariri. O anúncio movimenta ex-aliados do presidente Bolsonaro, que hoje estão na oposição ao Planalto.
  • A estratégia de Moro é fortalecer sua candidatura a presidente da República no Nordeste.
  • A articulação para trazer Sérgio Moro ao Cariri é do presidente estadual do Podemos, Fernando Torres, e do senador Eduardo Girão.
  • Aliás, Fernando Torres deixou o prefeito Glêdson em uma sinuca de bico, ao lançar o nome da sua mãe, Elizabeth Oliveira, a deputada federal.
  • Antecipou o que não está decidido e jogou Elizabeth aos leões. Conhecedor da política, Glêdson não gostou e desautorizou o presidente do Podemos.
  • O prefeito de Maracanaú e ex-deputado federal, Roberto Pessoa, realizou mais um encontro com a imprensa e amigos no Cariri.
  • O encontro, que virou tradição, é o palco de discussões para lideranças políticas da região em contato direto com os profissionais de comunicação.
  • Desculpe a ignorância, você acha justo que uma greve dos servidores da saúde, em plena efervescência de uma nova onda de covid, seja deflagrada, tendo como principal pauta a liberação do trabalho de nove servidores?
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