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Cariri vive epidemia cruzada de síndromes respiratórias
Dupla infecção por covid e gripe acende alerta no Cariri
Foto: Tatiana Fortes/Gov. do Ceará
Robson Roque
11/01/22 8:00

A lotação de postos de saúde e emergências de hospitais, situações estas vistas nos picos da primeira e segunda onda da pandemia de covid-19, voltaram a ser registradas na região desde a semana passada. Imagens e vídeos que circularam em mídias sociais, como Instagram e WhatsApp, mostravam diversas pessoas em busca de atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Limoeiro, em Juazeiro do Norte, e nos hospitais São Camilo, em Crato, e Santo Antônio, em Barbalha. Os registros mostram a alta procura por assistência médica no Cariri, devido o cruzamento da pandemia de covid-19 com o risco de epidemias causadas por outras síndromes respiratórias, como a gripe provocada pelo vírus da influenza.

O governo estadual aumentou a quantidade de leitos na rede estadual de saúde, medida que deve ser estendida para o Cariri. De acordo com a secretária de Saúde de Juazeiro do Norte, Francimones Rolim, “com relação à demanda assistencial, houve um aumento significativo em torno de 27%”. Ela continua: “Nos últimos 14 dias, tínhamos uma média de oito casos de covid positivo por dia. Passamos para 18 casos positivos por dia nesses últimos sete dias”.

Diante do cenário atual, a secretária juazeirense estima a necessidade de que os recursos humanos e materiais devam ser ampliados. “Insumos são necessários, medicamentos. Com relação aos profissionais, o único problema é que estamos com uma demanda de profissionais em greve, mas o nosso efetivo é suficiente para atender as demandas do nosso Município”, conta Francimones. A gestão municipal recomenda a testagem contra a covid-19 e a detecção precoce das doenças. Para isso, ampliou a quantidade de testes e o horário de atendimento da Unidade Sentinela para funcionamento até 22h. 

O secretário de Saúde do Ceará, Marcos Gadelha, também comentou o cenário. Segundo ele, os casos da variante Ômicron registram uma disseminação de alta velocidade no Estado, sinalizando que esta variante já é predominante nos novos casos detectados, somados aos atendimentos de outras síndromes respiratórias. “Registramos o crescimento de síndromes respiratórias agudas, que são casos de influenza que levam ao desconforto respiratório. Então, para as pessoas que procuram as unidades de saúde, é importante que se tenha o diagnóstico precoce, se síndrome gripal ou covid, para serem logo tratados, medicados e para que, assim, não progridam para uma internação. Para síndromes gripais, é importante que tenha o medicamento e que seja atendido nas primeiras 48 horas dos sintomas”, orienta Marcos Gadelha.

Para o consultor em infectologia do Governo do Ceará, Keny Colares, o crescimento de casos de gripe registrados desde o início de dezembro e agravado nas duas últimas semanas pode ser explicado pelo relaxamento das medidas de prevenção contra a covid-19. A baixa cobertura vacinal contra a influenza registrada em 2021, a menor em 23 anos, também é fator de explicação. “Estamos menos protegidos, visto que passamos dois anos com baixa ocorrência de gripe. Neste período, estávamos nos protegendo contra a covid-19, fazendo uso de máscaras e outras medidas que também nos protegiam da gripe. O relaxamento recente das medidas de prevenção nos deixou ainda mais vulneráveis”, considera o infectologista. 

O especialista considera que a possibilidade de uma epidemia de gripe em meio à pandemia é um fator agravante. Ele detalha que os sintomas das duas doenças são semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico. Por outro lado, Colares enfatiza diferenças que podem ser observadas: Uma pessoa acometida pela influenza apresenta sinais mais fortes já no primeiro dia, enquanto o coronavírus tende a se manifestar com maior intensidade no fim da primeira semana. “A gripe causa febre alta de uma hora para outra, muitas vezes associada à dor de cabeça, moleza no corpo, falta de apetite e a sintomas respiratórios, como nariz entupido e coriza. E com mais ou menos uma semana, a pessoa já está melhor, sem sintomas”, detalha Colares.

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