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Vereadores disputam sobre reduto eleitoral em Crato
Vereador questionou presença de Dr. Leitão em eventos da Prefeitura
Foto: Prefeitura do Crato
Robson Roque
21/12/21 15:30

Na Câmara Municipal do Crato, a aproximação de 2022 tem causado embate entre os vereadores. Na última semana, a discussão se deu em torno de quem deveria acompanhar secretários municipais durante inaugurações ou outros eventos promovidos pela Prefeitura ou Governo do Ceará. As queixas refletem as tensões que envolvem as eleições do próximo ano, reunindo aliados e opositores do prefeito cratense, Zé Aílton Brasil (PT). O assunto teve início depois que o vereador Fernando Brasil (PP) acusou colegas de invadirem o reduto eleitoral dele, o distrito Dom Quintino. Ele reclama não ter sido convidado pelo secretário de Esporte e Juventude, Henrily Rener, para participar do encerramento de uma competição esportiva na localidade, enquanto outros parlamentares acompanharam o gestor.

Além do secretário, o evento contou com as presenças do promotor de Justiça aposentado Leitão Moura (PDT), apontado como opositor de Zé Aílton, e os vereadores Pedro Lobo (PT) e Dudé Moraes (PSB). Este último tem Ponta da Serra, distrito vizinho a Dom Quintino, como reduto eleitoral. “Infelizmente, o secretário foi para Dom Quintino com alguns vereadores e passou em frente à minha casa algumas vezes, ida e volta, para o campo. Já é a segunda vez que o secretário de Esporte faz isso em Dom Quintino. Ele abre campeonato, fecha campeonato, e o vereador Fernando Brasil [fica] para trás. A obrigação do secretário é convidar os vereadores, principalmente passando na nossa porta e você, em casa, só olhando as fotos [do evento]”, queixou-se Fernando. 

Para ele, os secretários de Crato têm a obrigação de convidar os vereadores para ações desenvolvidas pelas secretarias municipais, sobretudo nas áreas nas quais os parlamentares concentram suas campanhas políticas. “Infelizmente, têm secretários que não estão fazendo esse papel”, disse. Para Fernando, mesmo integrando o secretariado, Henrily não apoia o prefeito cratense. “Para mim, ele não é secretário de Esportes, porque o secretário tem que andar com a turma do prefeito. Os vereadores que têm que ser convidados são os de Dom Quintino: eu, Lucas, e Nonato. Ele era para andar no carro com nós três, mas fomos esquecidos mais uma vez”, acrescenta Fernando. 

As queixas repercutiram nas falas de outros vereadores, a exemplo do presidente da Câmara, Florisval Coriolano (PRTB). Apesar de chamar a atenção de que o assunto não fosse discutido publicamente, em uma sessão, Florisval argumentou que os vereadores devem ser avisados sobre inauguração de obras em redutos eleitorais para participarem do evento. “Solicitamos para que os secretários valorizem os vereadores, mas parece que vereador só serve para bater palma. Estamos cansados disso”, considerou, relembrando a parceria entre os poderes Executivo e Legislativo. “Estamos sendo esquecidos mesmo”, corroborou Thiago Esmeraldo (PP).

Líder do prefeito na Câmara e ex-secretário municipal, Luis Carlos Saraiva (PDT) saiu em defesa do Governo. “Temos experiência em campanhas eleitorais e sabemos que quando chega mais perto, cada pessoa adota um candidato. Eu já fui secretário do prefeito Zé Aílton e ele pede muito que não misture a parte técnica com a política nesse sentido de manifestações”, argumentou. Vereador que participou do evento citado por Fernando Brasil, Pedro Lobo (PT) também defendeu o secretário, afirmando que o evento era público e não exigia convite. Ao final das discussões e temendo a perda de votos, Fernando Brasil ainda alertou: “Dr. Dudé, não sou menino, não. Cuidado!”. Já o vereador de oposição Gabriel Figueiredo (Pros) ironizou as discussões: “Nunca fui chamado para nenhum tipo de evento e não sabia que tinha que chamar vereadores”. 

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