Empresa de Juazeiro é investigada pela PF no esquema do Castelão
Empresa de Juazeiro do Norte teria emitido notas fiscais frias
Foto: Polícia Federal
Jornal do Cariri
21/12/21 0:00

O escândalo que sacudiu o cenário político-eleitoral nacional nos últimos dias, envolvendo o presidenciável Ciro Gomes e o seu irmão, o senador Cid Gomes, ambos do PDT, tem a participação de empresas sediadas na região do Cariri. Segundo a investigação da Polícia Federal, revelada na operação Colosseum, deflagrada no último dia 15, as empresas forneceriam notas fiscais frias para o esquema que entregava dinheiro vivo para os irmãos.

A investigação aponta, ainda, a participação de mais um membro da família Ferreira Gomes, o secretário de Infraestrutura de Fortaleza, Lúcio Gomes.
A investigação, baseada na delação de dois sócios e dois executivos da Galvão Engenharia, aponta a participação da empresa Aki Cimento (Distribuidora Noronha LTDA.), sediada no Bairro Cajuína São Geraldo, em Juazeiro do Norte.

Não foi revelado o volume comprado, mas acredita-se que o esquema teria movimentado milhões em notas frias, com participação da empresa juazeirense, cujo endereço é em Fortaleza, no bairro Montese, mas as notas teriam sido emitidas a partir de Juazeiro.

O envolvimento da empresa surpreendeu, por se tratar de empresa conceituada na cidade, que está no mercado desde 1985. A direção não quis se manifestar sobre a investigação, mas funcionários, que não quiseram se identificar, garantem que a empresa jamais se envolveu em situação parecida. Outra empresa sediada no município de Araripe, que não teve o nome citado, também é investigada por participação no esquema, com a venda de notas frias.

As notas seriam usadas para o pagamento de propina, cobrada para a liberação dos pagamentos feitos pelo Governo do Estado, na época administrado por Cid Gomes. Relatórios da PF revelam que as empresas fornecedoras das notas ficavam com 7% dos valores simulados e o restante ficava com a Galvão Engenharia, para negociação da propina.

O esquema é investigado desde 2017 e teve na operação de busca e apreensão a comprovação do que foi delatado pelos executivos da Galvão Engenharia, responsável pela obra, entregue para a Copa do Mundo de 2014. Os desvios teriam acontecido entre os anos de 2010 e 2013.
Os agentes da PF cumpriram 14 mandados de busca e apreensão na residência do Ciro Gomes e outros endereços em Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte; além de São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). A investigação afirma que há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas, diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais.


Em nota, a PF afirma que Cid e Ciro poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva. A operação foi autorizada pela 32ª Vara da Justiça Federal do Ceará. Nas redes sociais, Ciro classificou a ordem como “abusiva”, alegando não ter relação com o caso.

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