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Bolsonaro não entendeu o Governador
Bolsonaro ficou incomodado com a ausência de Camilo no aeroporto Orlando Bezerra
30/06/20 0:00

A atitude do governador Camilo Santana, de não comparecer à festa de inauguração da transposição das águas do rio São Francisco, na sexta passada (26), em Juazeiro do Norte, Penaforte e Jati, mereceu um comentário simples e direto do presidente Jair Bolsonaro. Durante o percurso de Juazeiro a Jati, Bolsonaro ouviu comentários de aliados sobre o comportamento do governador cearense de não aparecer para prestigiar o evento. Surpreendentemente, Bolsonaro comentou em tom de humildade: “faltou educação, né. Vim na casa dele. Não houve mobilização para haver aglomeração e nem assim o Governador (Camilo) deu o ar da graça, ou sequer mandou um representante. Não mandou ninguém”. Esse comentário gerou críticas de outros presentes. Bolsonaro manteve o silêncio, porém é certo que ficou incomodado com a ausência de Camilo no aeroporto Orlando Bezerra, em Juazeiro, e nos dois atos seguintes de entrega da transposição, em Penaforte e Jati. Houve quem justificasse que Camilo teria faltado para não desagradar aos irmãos Ciro e Cid Gomes. Nem essa frase mereceu qualquer consideração do presidente.

Camilo usou coronavírus como desculpa

Em suas redes sociais, Camilo publicou um post onde escreveu: “Hoje é um dia importante para o nosso Ceará: o dia da chegada das águas do Rio São Francisco, uma obra de imensa relevância para nosso estado. Que foi concebida e tocada no Governo Lula, com o apoio do ex-ministro Ciro Gomes, e continuada pelos Governos Dilma, Temer e, agora, Jair Bolsonaro. Agradecemos a todos pela contribuição para o desenvolvimento dessa obra histórica para o Nordeste, cujo andamento acompanhei de perto nos últimos seis anos, e muito lutei para sua realização. Minha homenagem aos milhares de operários, engenheiros e colaboradores que dedicaram todo o seu esforço em dias incansáveis de trabalho. Só após superarmos este grave momento de pandemia, que já atingiu mais de cem mil irmãos e irmãs cearenses, deverei voltar ao local da transposição, para ver de perto as águas do São Francisco já no nosso Cinturão das Águas, por onde seguirão para garantir segurança hídrica para a população cearense”. Esse argumento do Governador não convenceu Bolsonaro. Ao contrário, o irritou ainda mais. Camilo fechou as portas do Planalto, sem necessidade aos interesses do Ceará.

Guilherme e Vevé ungidos em Barbalha

                                  
O governador Camilo Santana definiu os candidatos que irá apoiar nas eleições de novembro em Barbalha. Serão o médico Guilherme Saraiva, do PDT, e o vereador Vevé Siqueira, do PT. Essa chapa concorrerá contra a reeleição do prefeito Argemiro Sampaio. A decisão foi tomada no último dia 24, em uma reunião remota, liderada por Camilo e o senador Cid Gomes. Teve, ainda, as presenças do deputado estadual Fernando Santana e do federal José Guimarães. Dias antes, Guilherme, nome da preferência do Governador, havia aceitado representar a aliança do PDT com o PT. No mesmo dia, os outros pré-candidatos do PDT, como o presidente Geraldo Sinésio e o ex-vereador Flávio Cruz, desistiram da disputa para apoiar Guilherme. O anúncio oficial da candidatura de Guilherme Saraiva será feito oportunamente por Fernando Santana, num evento que contará com as lideranças dos partidos aliados. Tudo numa manifestação virtual devido à pandemia do covid.
 
Prevaleceu a vontade de Camilo Santana

Apesar da pressão exercida por PDT e PT, a última palavra para a escolha dos nomes em Barbalha coube ao governador Camilo. Antes de fazer valer sua vontade, o Governador teve que negociar. Não quis impor candidato. A cabeça da chapa para o PDT de André Figueiredo saiu caro. O partido deve recuar em Juazeiro do Norte, na pré-candidatura do empresário Gilmar Bender. No PT, venceu a tese do seu presidente, vereador Dorivan Amaro, que vetou o ex-prefeito Zé Leite e emplacou Vevé Siqueira, nome da sua preferência na vice. Guimarães acabou garantindo ao ex-prefeito a coordenação da campanha e a manutenção do cargo na Secretaria de Desenvolvimento Agrário. O filho de Zé Leite, o advogado Demitri Cruz, foi nomeado como secretário executivo da Secretaria. Esse acordo agradou a todos.
 
Giovanni na linha de frente em Juazeiro

Maior opositor do prefeito Arnon Bezerra, o vice-prefeito de Juazeiro, Giovanni Sampaio, terá que dar respostas ao seu eleitorado. Na semana passada, o outro pré-candidato do PSD, Normando Sóracles, anunciou a sua  desistência, caso Giovanni seja o candidato do partido. Mas, a pressão maior vem de cima: Domingos Filho, maior liderança estadual da legenda, disse que uma candidatura em Juazeiro é prioridade. Dessa vez, Giovanni terá que ser candidato e não há espaço para desistência. As conversas de Giovanni com o vereador Glêdson Bezerra incomodam o Governo do Estado, que tem no Podemos, partido de Glêdson, uma das forças oposicionistas. Para Giovanni, está chegando a hora de resolver seu futuro na corrida eleitoral da sucessão de Arnon.
 

Arnon quer Raimundão com vaga de vice


Era noite de domingo (28) quando o prefeito Arnon Bezerra foi tomar um café na casa do ex-prefeito Raimundo Macedo. Sozinhos, os dois conversaram demoradamente sobre a montagem de uma chapa para as eleições de novembro em Juazeiro. Arnon quer que Raimundão indique o seu vice. Hoje, o nome mais cotado seria de sua esposa, dona Maricele Macedo, que tem o aval de toda a base de Arnon, e conta com simpatia dentro do Município. Raimundão ouviu mais do que falou. Arnon tentou aparar antigas arestas existentes entre eles, que haviam ficado de velhas eleições. Raimundão não deu posicionamento sobre se aceitará a vaga. Contudo, explicou ao prefeito juazeirense que sua definição só acontecerá após uma conversa com o governador Camilo, a quem deve lealdade nesse processo eleitoral desse ano. Arnon saiu animado, que conseguirá atrair Raimundão para seu palanque. Já havia sido informado pelo senador Cid Gomes, que a candidatura de Gilmar Bender, pelo PDT, implodira.

Disse me disse...


A ala radical do PT de Barbalha foi contra a chapa escolhidas pelo governador Camilo. Queria a cabeça da chapa. Foi vencida pela maioria.
 
Perguntado sobre a ausência na recepção ao presidente Bolsonaro, o prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, disse que não foi convidado.
 
Na verdade, o prefeito Zé Ailton manteve sua fidelidade ao governador Camilo, que não veio receber o presidente Bolsonaro.
 
O prefeito Arnon Bezerra, como bom anfitrião, foi ao aeroporto recepcionar Bolsonaro, ao lado do filho, o deputado federal Pedro Bezerra.
 
Bolsonaro comemorou a presença de Arnon e recebeu, das mãos de Pedro Bezerra, uma miniatura da estátua de Padre Cícero.
 
Estranho foi a ausência do prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio, em Juazeiro. Argemiro foi o único prefeito do Crajubar a votar em Bolsonaro.
 
Seis deputados federais compareceram ao evento da inauguração da transposição das águas do rio São Francisco em Jati e Penaforte.

Liderados por Pedro Bezerra, estiveram presentes Roberto Pessoa, Danilo Forte, Dr. Jaziel, Capitão Wagner e Domingos Neto.

Quem ganhou os holofotes da visita foi Domingos Neto, carregando um isopor pesado para entregar ao presidente Bolsonaro.


Quem perguntava se era din-din, Domingos Neto sorria, e explicava: uma mantra do legítimo carneiro de Tauá.
Abriu portas do Planalto. Não foi à toa que o presidente Bolsonaro o convidou para ser o líder do Governo na Câmara.

Experiente, Domingos Neto agradeceu a oferta e disse que o lugar deve continuar com o Major Vitor. 

  Desculpe a ignorância, o governador Camilo Santana acertou ou errou ao não comparecer a festa de inauguração das obras da transposição do rio São Francisco?

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