A pandemia causada pelo novo coronavírus atrasou o desenvolvimento do Cariri, segundo avaliação de prefeitos da região, que participaram de evento com gestores de diversos municípios cearenses. Na pauta, dentre outros temas, as finanças municipais pós-pandemia. Segundo o prefeito de Várzea Alegre, Zé Hélder (MDB), muitos prefeitos tiveram de ajustar o foco para a saúde, obrigando-se a deixar outros setores de lado.

“Todos os prefeitos, do Ceará e de todo o Brasil, tiveram uma preocupação constante e mais direcionada à questão da saúde para combater o coronavírus, para procurar alternativas de minimizar os impactos da pandemia. Todos os prefeitos praticamente entraram para a Secretaria de Saúde de seus municípios. Desse modo, houve um prejuízo muito grande para os outros setores”, ressalta Zé Hélder.

Ainda segundo Hélder, prefeitos eleitos para exercer o cargo pela primeira vez ainda não conseguiram colocar em prática uma agenda de governo e desenvolvimento municipal diante da crise sanitária, na qual praticamente toda a atenção das prefeituras está voltada. O cenário, ao compasso de avanços como a reabertura econômica, deverá continuar pautado pela administração do desequilíbrio causado pela pandemia em diversas frentes.

“Nesse momento pós-pandemia, temos que continuar tendo uma preocupação com saúde pública, porque na verdade, a gente está tendo um controle com a vacina”, argumenta o prefeito de Várzea Alegre, também mencionando a necessidade de união entre gestores caririenses em torno da pandemia.

Prefeito de Crato, Zé Aílton Brasil (PT) ponderou o debate sobre “alternativas viáveis para a melhoria em setores como a economia voltada à geração de emprego e renda, e os avanços no processo de vacinação nos municípios”. Além disso, acrescenta o prefeito cratense, “questões pertinentes ao fortalecimento das cidades, principalmente relacionado ao aporte de recursos federais para viabilizar mais avanços nas diversas áreas”.

O prefeito de Barbalha, Guilherme Saraiva (PDT), reclamou das perdas que o Município teve no turismo, já que não fosse a pandemia, o Município ampliaria o setor com o pleno funcionamento do Teleférico do Caldas. “A pandemia tardou muito, porque tivemos que recuar no nosso planejamento. Todos os equipamentos turísticos ficaram fechados. Barbalha teve um pico muito grande na pandemia, tivemos que decretar lockdown após o Estado por mais tempo. Então temos buscado parcerias, tentado dar incentivos aos empresários locais para que eles transpassem esse momento de dificuldade”, comenta Guilherme Saraiva, para quem o suporte dos governos federal e estadual são relevantes. “O Município, em nossa capacidade técnica, às vezes não tem como desenvolver sozinho”, diz.

No evento, organizado pelo Diário do Nordeste, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou a criação de um plano de recuperação econômica pós-pandemia. Assim como fizeram os prefeitos caririenses citados, Camilo também cobrou união entre os municípios cearense para recuperação da crise. “Nós precisamos de uma grande corrente unindo setor produtivo, setor acadêmico, sociedade. Tirando as divergências políticas e partidárias de lado, em um esforço para a recuperação da economia, retorno das atividades, crescimento e geração de emprego para os cearenses”, considera.