Vida real e fantasia se unem na arte de Luciano Landim
Ilustrações são divulgadas diariamente pelas redes sociais do artista
Joaquim Júnior
20/07/21 11:30

Todos os dias, Luciano Landim apresenta uma nova ilustração. Em alguns dias, até mais do que isso. O ilustrador e quadrinista barbalhense faz sucesso com suas tirinhas, que são acompanhadas por milhares de seguidores por meio das redes sociais. Somente no Instagram, pelo perfil @flatlinner, já são mais de 30 mil. E, ao que depender do talento dele, este número só tende a crescer. Quando, por incentivo do professor Rafael Lima, ele produziu o primeiro quadrinho independente, no ano de 2017, os rumos se encaminharam para o que ele já colhe hoje. Foi lá que Luciano decidiu mergulhar de vez nas artes e prestar vestibular para Artes Visuais – curso que, atualmente, está no 7º semestre.

Entre situações do cotidiano e críticas sociais, o jovem artista traz nos trabalhos elementos oníricos, sobrenaturais e de fantasia. A inspiração parte dos amigos, da companheira Gabriela e de pessoas da família, a exemplo da mãe Elaine e do irmãozinho João Emanuel. “Acho sempre bom desenhar o que vemos. Traz muito de você para o trabalho, mas não deixa ele autocentrado”, relata Luciano. As únicas tirinhas inspirada nele próprio são as da “Patacoada”, em que o Pato é o personagem principal. “Eu recebo bem muito carinho. Na verdade, fico espantado quando falam que são fãs ou coisas assim. Faço tirinhas há um ano e alguns meses e não esperava que isso acontecesse e fico feliz”, conta, ao destacar que tenta não se focar em números, mas fazer o que tem vontade.

O encantamento pelos quadrinhos e desenhos animados iniciou quando Luciano ainda era criança. Através da mãe e dos tios, Rafinha e Diva, o gosto pelas histórias foi incentivado desde cedo. “Sempre tive apoio da minha família para fazer o que faço”, afirma. Apesar de não ter outro ilustrador na família, sempre houve proximidade de trabalhos artísticos, como música e pintura de esculturas, no núcleo familiar. Amigos e professores também foram importantes na trajetória. Ao crescer no Bairro do Rosário, o incentivo partiu de pessoas com gostos em comum e que desenhavam, a exemplo do quadrinista Paulo Bruno, além de amigos e professores. “Sinto que hoje tenho apoio de muitas pessoas, principalmente com a internet, mas todo o apoio que vem dos que estão comigo desde moleque importa demais para mim”, enfatiza o quadrinista.

A escolha do nome "Flatlinner" surgiu de uma palavra que Luciano viu na internet. O texto falava sobre monitores multiparamétricos, que apresentam os sinais vitais do paciente. Para completar a atração pela palavra que ele considera de boa sonoridade, ele ainda conheceu um filme chamado “Flatliners”. A partir do talento e das técnicas aperfeiçoadas com o tempo, ele viu no projeto pessoal a oportunidade de divulgar e levar o trabalho a mais pessoas. “Eu gosto muito de histórias de terror e amor. Sempre quis escrever sobre elas. As ideias surgem de maneira muito aleatória, então costumo deixar meus pensamentos vagarem até encontrar algo bom. Costuma funcionar”, cita o artista, que diz ter um processo muito intuitivo.

Em relação às inspirações, Luciano menciona que elas sempre mudam. Entre algumas atuais, estão os trabalhos de Jayme Cortez, os cenários do Gabirotcho, os desenhos de Bryan Lee O’ Malley, além de Laerte e Bill Watterson. Já tendo participado de algumas exposições e feiras, Luciano estava prestes a marcar presença em outras fora do estado quando a pandemia de covid-19 teve início e impossibilitou os planos. “Quando passar, espero participar de muito, muito mais. Sobre o futuro, pretendo fazer um compilado impresso com as tirinhas de amor, as do pato e as de terror. Também quero fazer alguns quadrinhos mais longos, que tenho planejado para o ano que vem. Vai ser divertido!”, finaliza o artista.

Para conhecer mais sobre a produção de Luciano, acesse: https://www.artstation.com/flatlinner

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