Óbitos entre crianças é maior na segunda onda da pandemia
Entre primeiro de janeiro até a quinta-feira (13), foram registrados 12 óbitos de crianças por covid-19
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
Robson Roque
18/05/21 8:30

As mortes de crianças e adolescentes com idade entre zero e 14 anos na Macrorregião de Saúde do Cariri já é 100% maior na atual segunda onda da pandemia de covid-19, em 2021, em comparação com os óbitos ocorridos ao longo de 2020. A região contabilizou seis óbitos de crianças entre o primeiro caso da doença, registrado em março de 2020, até o último dia daquele ano. Entre primeiro de janeiro até a quinta-feira (13), o número dobrou para 12 crianças que perderam as vidas em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Já a quantidade de casos é 39% menor, ao serem comparados os dois períodos.

De acordo com o pediatra Felipe Macêdo, a segunda onda da pandemia no Cariri é acompanhada de um aumento da velocidade com que o coronavírus e suas variantes se propagaram na região. O médico também enfatiza que o período atual é caracterizado por uma mudança no perfil epidemiológico da pandemia. “Temos visto pacientes cada vez mais jovens e sem comorbidades sendo acometidos pela forma grave da doença. Isso pode ser explicado pelas diferentes variantes existentes, que se comportam diferente do vírus original”, esclarece Felipe Macêdo.

A Macrorregião de Saúde do Cariri fica atrás apenas de Fortaleza, em termos de óbitos infantis por covid-19. Na capital cearense, as mortes na faixa etária de zero a 14 anos saltaram de 13 em 2020, para 32 em 2021, perfazendo crescimento de 146%. No cenário estadual, as infecções por covid-19 entre crianças passaram de 21.874 entre março e dezembro de 2020, para 22.620 em 2021. Já o registro de óbitos teve acréscimo de 39 para 51 nos dois anos analisados. 

Diante destas informações, o pediatra orienta os pais quanto às formas de prevenção dos filhos. “As medidas eficazes que os pais e crianças devem tomar para evitar o contágio são as medidas de prevenção, como distanciamento social, evitando aglomerações, higiene adequada das mãos com água, sabão e álcool, uso de máscaras e a adesão à vacinação”, recomenda. 

Felipe Macêdo acrescenta que a infecção pela covid-19 apresenta particularidades nas crianças, em comparação com o quadro clínico dos adultos. “Além dos sintomas gripais como coriza, tosse e dor de garganta, as crianças podem apresentar quadro de febre isolado e quadros de diarreia associado a dor abdominal. Não existe tratamento específico para covid-19 em crianças. É sempre importante seguir as orientações médicas para o tratamento”.

O cenário da pandemia entre as crianças é reflexo do forte avanço da doença no Cariri. O quantitativo de 45.264 pessoas infectadas na região, nos cinco primeiros meses de 2021, já representa 69% do total de 64.994 casos confirmados em 2020. Enquanto isso, os 909 óbitos em 2021 representam 72% do total de 1.261 pessoas que perderam as vidas para o vírus no ano passado. O avanço da doença este ano tem impacto direto no sistema de saúde da região. Até o fechamento desta matéria, 38 pessoas esperavam transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras 42 para leitos de enfermaria.

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