População reclama da falta de remédios para transplantados
A compra desses remédios é feita exclusivamente pelo Governo Federal.
Foto/Divulgação: Agência Brasil
Luan Moura
11/05/21 17:00

A falta de medicamentos imunossupressores têm dificultado a vida de pacientes transplantados na região do Cariri. Tacrolimo de 1 e 5mg, Microfelano de Sódio 360mg e Micofenolato de Mofetila de 50mg são os que mais têm faltado nas farmácias das secretarias municipais. A compra desses remédios é feita exclusivamente pelo Governo Federal, que faz o repasse para os estados e municípios brasileiros.

O paciente Auricélio Correia, de 67 anos, morador de Farias Brito, toma os medicamentos desde 2014. O Tacrolimo de 1 miligrama, por exemplo, que atualmente está em falta na farmácia da Secretaria de Saúde do Município, é um tipo de imunossupressor fundamental para que os órgãos transplantados não sofram rejeição. O paciente, que ficará 20 dias sem tomar a medicação, diz ter medo da reação. “Eu faço uso de 3mm todos os dias e nunca fiquei muito tempo sem tomar, então fico com receio porque não sei que reação pode ter”, destaca. A Secretaria de Saúde de Farias Brito, por sua vez, informou que as medicações são de competência do Ministério da Saúde, que as dispensa para o Estado, que repassa aos municípios. “Já solicitamos ao Estado e Ministério da Saúde e está previsto parte do abastecimento para o dia 15 de maio”, disse a secretária municipal de Saúde, Marcleide Nascimento.

Para a transplantada Francisca Pereira, do sítio São Miguel, zona rural de Mauriti, a situação está cada vez mais difícil. Ela faz uso de 120 comprimidos por mês do Tacrolimo de 1mm e 60 cápsulas do Micofenolato de Sódio. “No mês passado, eu fui receber e só tinha 30 comprimidos para eu tomar. Então, eu fico naquela preocupação porque tenho medo de voltar a fazer hemodiálise”, afirma a paciente, que fez o tratamento durante três anos e só conseguiu o transplante através do irmão.

A Unirim do Crato é responsável por acompanhar os pacientes a cada três meses e emitir os laudos médicos no ato da consulta. Antes, as drogas eram disponibilizadas na própria clínica, mas faz um tempo que os remédios estão sob responsabilidade das secretarias de cada município. Hoje, a clínica atende 160 pacientes do Cariri e do Pernambuco. Segundo o responsável pela emissão dos laudos, Alexandre Matheus, “até onde eu estou sabendo, está faltando insumos para fazer os medicamentos”, diz.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), responsável pela distribuição dos medicamentos para os municípios, informou que, diante da dificuldade de fabricação, o Ministério da Saúde realizou compras emergenciais. Em relação ao medicamento Sirolimo, o abastecimento está regular. Atualmente, os medicamentos encontram- -se em processo de distribuição, com previsão de regularização até o próximo dia 17 de maio.

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