PTB é alvo de queda de braço com repercussão em Juazeiro
Deputado Pedro Bezerra comenta a situação do partido
Robson Roque
06/04/21 15:30

O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) virou alvo de verdadeiro cabo de guerra entre aliados e opositores do governador Camilo Santana (PT). O presidente nacional do partido, ex-deputado Roberto Jefferson, tirou o deputado federal juazeirense Pedro Bezerra da presidência do partido no Ceará. Em seu lugar, assume o advogado Fellipe Cavalcante, filho do deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL).

Desse modo, a sigla trabalhista sai da base de apoio ao governador cearense e passa para o reduto bolsonarista no Ceará. A mudança permitiu novas articulações, como a troca de liderança em Juazeiro do Norte, cuja presidência do diretório municipal passa a ser ocupada pelo advogado Doriam Lucena, atual secretário de Segurança Pública e Cidadania de Juazeiro.

Além de reflexos nas eleições do próximo ano, a disputa pela presidência estadual do partido e do diretório municipal em Juazeiro do Norte deve repercutir na configuração entre situação e oposição, na Câmara do maior colégio eleitoral do Cariri. Em Juazeiro do Norte, o PTB tem a maior bancada no Legislativo, com sete vereadores: Darlan Lobo e Capitão Vieira Neto, presidente e vice da Câmara, Márcio Jóias, Adauto Araújo, David Araújo e Sargento Nivaldo.

Todos eles integram a oposição ao prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) e, com a mudança do comando municipal, precisam definir se manterão a postura ou trocarão de partido. O Jornal do Cariri apurou que o vereador Adauto Araújo deve ser o líder do prefeito Glêdson na Câmara, além de outros parlamentares que serão contatados para fazer parte da base de apoio ao prefeito. Já Darlan Lobo e Vieira Neto devem ser reticentes e permanecerem na oposição.

Sobre ser tirado da presidência estadual, o que deve provocar uma reconfiguração na Câmara de Juazeiro do Norte, o deputado Pedro Bezerra disse ao Jornal do Cariri que ainda não definiu se deixará o PTB, mas revelou já ter recebido algumas propostas e que um caminho natural seria a filiação ao PDT.

“O caso é que existe, sim, esse desconforto, motivado por essa mudança repentina, pelo fato de não ter sido avisado ou chamado para conversar sobre a mudança que a direção nacional do partido tinha a intenção de fato. A dedução lógica das pessoas, dos demais, é achar que eu irei pro PDT. É uma possibilidade”, diz o deputado.

Ainda de acordo com Pedro Bezerra, a saída dele da presidência e a inclusão do filho de um deputado bolsonarista “influencia e mexe com o cenário e com as discussões para 2022”. Ele ainda cita que o PTB sempre o deixou à vontade para votar como preferisse na Câmara dos deputados, mas a postura foi alterada por Roberto Jefferson.

“Ele está seguindo essa ala ideológica mais radical, dentro do grupo do então presidente Jair Bolsonaro. E, certamente, está querendo interferir, conduzir o PTB para esse caminho aqui no Ceará. Eu vejo também como um teste, um teste da minha fidelidade, um teste até do meu caráter. E eu repito que continuo firme na nossa aliança com o governador Camilo Santana e com o senador Cid Gomes”, conclui Pedro Bezerra.

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