Crato e Icasa estimam prejuízo milionário com a pandemia
Times negociam redução de salários com jogadores
Foto Divulgação Icasa
Robson Roque
23/03/21 21:00

Remanescentes do Cariri na elite do futebol cearense, Icasa e Crato estimam um prejuízo de quase R$ 1 milhão devido à pandemia causada pelo novo coronavírus. No decorrer de um ano de crise sanitária, as duas equipes deixaram de arrecadar com jogos, patrocinadores, vendas de camisas e outros produtos, e comeventos que realizavam para angariar fundos. Diante deste cenário, acentuado pela paralisação da Série A do Campeonato Cearense, Icasa e Crato negociam redução de salários com jogadores, como alternativa diante da crise gerada pelo novo coronavírus.

O presidente do Crato, Ivan Barros, estima uma perda de arrecadação entre R$ 250 mil e R$ 300 mil na temporada mais promissora do Azulão, cujo período marca o retorno do time à principal competição estadual. O valor seria arrecadado com a venda de ingressos, de espaços para publicidade no estádio, eventos realizados em dias de jogos e vendas de materiais esportivos, a exemplo de camisas oficiais. O cenário da pandemia também afugentou patrocinadores. “Os poucos que estão aqui reduziram pela metade seus investimentos no clube. Mas agradeço muito a eles por não nos abandonar e acreditar no nosso trabalho”, conta Ivan. 

O Azulão da Princesa ainda enfrenta ação do Ministério Público do Ceará (MPCE). Por meio do promotor de Justiça Cleyton Bantim da Cruz, o órgão recomendou que a Prefeitura de Crato não patrocine equipes locais. “A recomendação foi expedida tendo em vista a necessidade de prioridade dos recursos públicos para a saúde neste contexto de pandemia de covid-19”, justifica o órgão. Diante desses fatores, a diretoria azulina procura alternativas para superar o atual contexto. “Temos buscado negociar com os jogadores redução salarial, buscando amigos parceiros e torcedores para nos ajudar a terminar honrosamente os seis jogos que nos faltam”, conclui o presidente do Crato, Ivan Barros.

O Icasa também teve o planejamento comprometido para o retorno à Série A. Com a crise financeira, o time perdeu o atacante Nael, seu principal jogador, para o futebol goiano. Outras dispensas devem ser efetivadas nos próximos dias, inclusive a do técnico Washington Luiz. Conforme o presidente do Verdão, Francisco Leite Bezerra, a renovação do isolamento social rígido em todo o Ceará e a consequente paralisação do Campeonato Ceará, prejudicam a manutenção do elenco icasiano. “Estamos nos desfazendo do time. Não tem como a gente continuar, um mês parado. Se o campeonato voltasse já na outra semana, poderíamos até manter o Washington e um grupo, mas não terá condições. Enquanto a curva da covid não diminuir, o governador não vai liberar. Então, estamos planejando liberar o treinador e os jogadores”, diz o dirigente.

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