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Cinco municípios do Cariri sem oxigênio
Donizete Arruda
16/03/21 0:00

A Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece) divulgou nota informando que 39 municípios estão ameaçados de colapso de oxigênio. Esse número extra-oficialmente já seria superior a 60. No Cariri, são cinco as cidades que enfrentam a grave crise do desabastecimento de oxigênio. São elas: Caririaçu, Potengi, Umari, Ipaumirim e Baixio. Todos são municípios de pequenas populações, que usam cilindros em seus fornecimentos e cujos hospitais não têm usinas produzindo o insumo. Na nota oficial assinada pelo presidente da Aprece, Junior Castro, são apontadas as causas dessa ameaça de falta de oxigênio: atraso no fornecimento e abastecimento pelas empresas que atendem aos municípios, insuficiência no número de cilindros nos municípios e permanência prolongada de pacientes à espera de transferência. Esse problema de oxigênio está se alastrando por todo o Ceará. O governador Camilo Santana disse que a dificuldade é de logística, e não de produção. Mas está faltando oxigênio nos municípios, e há risco de pessoas morrerem.

Camilo implode articulação de prefeitos 

A decisão do governador Camilo Santana de decretar lockdown em todo o estado está sendo avaliada no Cariri como uma posição política. Camilo deixou a decisão sobre o isolamento rígido nas mãos dos prefeitos, mas esperava que sua base fizesse o trabalho, seguindo o exemplo de Fortaleza e região metropolitana. Acabou surpreendido com medidas mais duras, mas sem lockdown no Cariri. Camilo ligou para aliados mostrando o descontentamento e cobrando lealdade. Os prefeitos de Juazeiro, Glêdson Bezerra, e Ednaldo Lavor, de Iguatu, convenceram a principal base do governador no Estado, o Cariri a não o seguirem com o lockdown. No Abolição, o assunto foi tratado como uma desfeita com Camilo, que tem feito todo um esforço para controlar a pandemia no Estado, mesmo com a oposição do presidente Bolsonaro.

Glêdson sem conflitos com Camilo

Glêdson Bezerra se surpreendeu com a avaliação política realizada no Abolição e também entre prefeitos do Cariri, que ele tivesse liderado um movimento contra o lockdown para desafiar a autoridade do governador Camilo Santana. Sua primeira providência, ao escutar essa história, foi desmenti-la e comunicar o desmentido ao Abolição. Sustenta que sua intenção ao não votar a favor do isolamento social rígido no Cariri nada teve a ver com disputa política dele com o Governador e garante: não sou inimigo de Camilo, tanto que votei nele por duas vezes. A posição conciliadora assumida pelo prefeito Glêdson diminuiu a crise com o Abolição. Glêdson esclareceu que sua intenção foi adiar a adoção de medidas mais duras, tentando salvar vidas, sem colocar em risco os empregos, que hoje estão ameaçados no Cariri. E reconhece também essa preocupação em Camilo.
 
Excesso de candidato no Crato em 2022
 
O promotor aposentado Leitão Moura está de volta ao cenário político do Crato. Evidente que esse retorno ocorre apenas nos bastidores. Dr. Leitão tenta se aproximar do prefeito Zé Ailton Brasil para se viabilizar na disputa por uma vaga à Assembleia Legislativa. Se for aceito por Zé Ailton, Dr. Leitão terá que dividir espaço com Rafael Branco, atual secretário de Turismo, e o vereador Lucas Brasil, sobrinho de Zé Ailton. Caso queira seguir para federal, a disputa é ainda maior. Zé Ailton já tem compromisso com Fernando Santana, José Guimarães e André Figueiredo. Na eleição passada, Zé Ailton deu a Leitão o seu líder na Câmara e outras lideranças do Município. Essa tentativa de Dr. Leitão conquistar o apoio do prefeito Zé Ailton esbarra no seu  silêncio na campanha municipal do ano passado. Essa postura pode cobrar caro. Daí, terá que ser candidato sem apoio do prefeito do Crato.

Cid se queima para voltar ao Abolição 

É incompreensível a atitude de Cid Gomes de liderar um movimento dentro do Senado Federal para impedir a aprovação do auxílio emergencial a partir de abril. Serão quatro meses de R$250. Cid votou contra, sendo o único senador cearense a se posicionar assim. Tasso Jereissati e Eduardo Girão votaram a favor do auxílio que irá beneficiar as famílias mais carentes atingidas pela pandemia. Derrotado no Senado, Cid tratou de se mobilizar para impedir a aprovação na Câmara dos Deputados. Conseguiu seis votos contrários ao auxilio emergencial. Articulou para que o PDT votasse não. Três deputados do PDT seguiram suas ordens. Dois com forte votação no Cariri. Votaram contra: André Figueiredo, Idilvan Alencar e Leonidas Cristino. Dois não ouviram Cid: Eduardo Bismark e Roberio Monteiro. Ao justificar sua firme oposição a essa ajuda financeira aos mais pobres, nesse momento tão difícil porque passa o Brasil, alegou que o presidente Bolsonaro incluiu no mesmo projeto matérias que ele não podia admitir verem aprovadas no País.

PT e PSB votam contra auxílio emergencial

 Os outros três votos contra o retorno do auxílio emergencial foram do PT e do PSB do Ceará. No PT, votaram para que as famílias carentes não recebam esse benefício os deputados José Guimarães e Zé Airton Cirilo. No PSB, deputado Denis Bezerra. Com a repercussão negativa de seu voto, José Guimarães foi às redes sociais explicar que defendia uma auxilio emergencial de R$ 500. Como o Governo Bolsonaro não aceitou, ficou contra. É a velha historia da esquerda brasileira: quanto pior, melhor. Apostar que com o aumento da miséria, o povo se revolte e vá às ruas protestar contra Bolsonaro. Ou, desesperados, facilitem a volta de Lula para o Planalto. Tanto Guimarães quanto Zé Airton, ou mesmo Dênis Bezerra, esquecem que milhões de brasileiros estão literalmente passando fome. Sim, esses deputados federais são votados no Cariri. E vão aparecer aqui no ano que vem pedindo o seu apoio.
Ciro ameaçado de até perder PDT

Os irmãos Ciro e Cid Gomes estão tontos com o volume de críticas que veem sofrendo na última semana. Quem puxou o cordão para destruir a candidatura presidencial de Ciro foi um Lula absolvido. Definitivamente, perdeu a paciência com Ciro e disparou: ele precisa acordar e esquecer que não é professor de Deus. O recado calou a alma dos FGs. Mas, a desmoralização do projeto de Ciro rumo ao Planalto não parou por aí. O presidente Bolsonaro, em sua live na semana passada, voltou a insistir em vincular sua imagem aos coronéis nordestinos: Ciro manda no Ceará. Se não fosse suficiente tanta artilharia, Ciro ainda foi alvo do ex-senador Eunício Oliveira. No programa CearaNews, da rede Plus, desafiou Ciro a provar como se sustenta e mantém três famílias no luxo e na riqueza, sem trabalhar e sem uma advogado medíocre, incapaz de fazer uma simples petição. Ciro permaneceu calado. Fez sentido. O PDT já debate internamente retirar sua candidatura a presidente para apoiar no primeiro turno a Lula. E Lula não se mostra mais disposto a recuar no confronto com Ciro: cansou de suas meninices, pois é um velho de 64 anos fazendo besteira. Chega! Ameaçou Lula. Esse confronto tem reflexos diretos na política do Ceará e do Cariri.

Disse me disse:
 
Nos bastidores do PT cratense, a dúvida é sobre a participação do deputado federal José Guimarães na eleição do próximo ano.
 
Guimarães estaria impedido por uma resolução no estatuto do PT que impede quatro eleições seguidas para o mesmo cargo.
 
Guimarães teria que disputar uma vaga para a Assembleia. Essa seria a motivação para Fernando Santana disputar uma vaga a federal.

Anotem aí, é desejo do candidato a presidente do PT, Lula, que Guimarães seja candidato a deputado federal.

Mais um detalhe: Lula irá se empenhar pessoalmente para reeleger Guimarães, pois o tem como um de seus melhores aliados. No Ceará, ninguém é mais próximo a Lula do que Guimarães.
 
Em Barbalha, o prefeito Guilherme Saraiva aumentou sua base na Câmara. O vereador Véi Dê, do Podemos, deixou a oposição para assumir a base.
 
É mais uma derrota política para o ex-prefeito Argemiro Sampaio, que fez maioria nas eleições, mas já perdeu dois vereadores e amarga minoria.
 
Distante desse debate da Câmara, Argemiro trabalha para sanear sua candidatura em 2022 à Assembleia Legislativa.
 
O ex-prefeito articulou R$ 1,5 milhão para a saúde do Cariri. As emendas são dos mandatos do senador Tasso e do então deputado Roberto Pessoa.


Desculpe a ignorância, a candidatura de Lula atropelou o sonho presidencial de Ciro Gomes?
 

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