Sesa investiga 14 casos de reinfecção no Cariri
No Cariri são 14 pacientes em oito cidades.
Foto de Polina Tankilevitch, no Pexels
Robson Roque
23/02/21 8:00

A Secretaria de Saúde do Ceará investiga se 76 pacientes em 32 cidades foram infectados pelo novo coronavírus pela segunda vez, a chamada reinfecção. No Cariri são 14 pacientes em oito cidades. Assaré, Barbalha, Campos Sales e Santana do Cariri investigam um caso cada município. Juazeiro do Norte tem dois casos, Farias Brito tem três e Milagres apresenta cinco pacientes com suspeita de estar com a doença pela segunda vez. Eles são tratados como “casos prováveis” em uma recente nota técnica da secretaria.  

Do total de pessoas que se enquadram neste critério no Ceará, 47 são mulheres e 29 homens. A faixa etária varia de dez a mais de 80 anos, 30 dos quais têm comorbidade e os 46 restantes não têm. De acordo com Evanúsia de Lima, assessora do Núcleo Gestor, órgão da Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte, “os casos de reinfecção são tratados e identificados conforme a confirmação de exames de RT-PCR, após 45 dias da primeira infecção. Portanto, se um paciente positiva hoje através do exame RT-PCR, que é o swab, negativa posteriormente e após 45 dias volta a apresentar sintomas, e volta a positivar, esse é um caso suspeito de reinfecção”, explica Evanúsia. 

A maioria das pessoas suspeitas de terem sido infectadas uma segunda vez é composta por profissionais da saúde, a maioria médicos e enfermeiros, seguidos de técnicos de enfermagem, agente de endemias, técnico em radiologia, fonoaudiólogos. Os principais sintomas que voltaram a se manifestar nas pessoas foram sinais respiratórios, sistêmicos, digestivos e neurossensoriais, nesta ordem. A nota técnica da Sesa informa, ainda, não ser possível identificar se as possíveis reinfecções são resultado de uma nova cepa de covid-19 no Estado. 

Variantes do vírus

Em fevereiro, a região do Cariri acendeu novo alerta com relação à covid-19. Além do crescimento de casos, há suspeita de uma nova cepa, ou seja, de variantes do novo coronavírus no território caririense. Crato investiga seis casos e Juazeiro do Norte três (dos quais dois já foram descartados). Segundo Evanúsia de Lima, a identificação é feita por meio do código genético do vírus, a partir de um exame de sangue. “A gestão trata a possibilidade de circulação intensificando as medidas de fiscalização, endurecendo, tentando fazer com que a população se sensibilize de que o momento inspira cuidados. Também está monitorando diariamente o cenário epidemiológico, quanto à possibilidade de aumento de casos e óbitos, e o que temos dito e percebido é: quanto mais circulação de pessoas, mais possibilidade de transmissão. Porque só se tem transmissão se tiver exposição de pessoas”, diz a assessora.

Gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica e Imunização do Crato, Danielle Norões explica que pessoas oriundas dos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Roraima e Sergipe são consideradas suspeitas de terem sido infectadas por uma variante, o que ocorreu com seis pacientes. “Entramos em contato com alguns desses suspeitos, realizamos os exames e estamos aguardando os laudos do Hemoce e da FioCruz, para confirmar ou descartar. Estamos investigando. Pode ser a variante que circula no Brasil já há algum tempo e pode aparecer a outra. Estamos aguardando os laudos e, enquanto isso, os pacientes estão isolados e sendo monitorados junto com a família”, detalha Danielle.

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