Covid-19 cresce entre crianças e jovens do Cariri
Casos aumentam entre jovens cariririenses
Foto de August de Richelieu no Pexels
Robson Roque
09/02/21 8:00

Crianças, adolescentes e pessoas jovens são os principais infectados pela covid-19 em 2021. No Cariri, do começo da pandemia, em março, até meados de junho, adultos acima de 40 anos - e principalmente os idosos acima de 60 anos - eram os maiores afetados pelo novo coronavírus. Atualmente, no primeiro mês de 2021, jovens de 20 a 39 anos correspondem a 43% dos casos de covid na soma das 29 cidades caririenses, enquanto as ocorrências entre adultos e idosos diminuíram. Apontados como grupo de risco, pessoas com mais de 60 anos perfazem 14,89% de acometidos em janeiro, ao passo a quantidade de infectados entre crianças, adolescentes e jovens é de 57%.

O crescimento de internações de crianças e jovens no Ceará levou a Secretaria Estadual de Saúde a emitir um alerta. No dia 4 de fevereiro, o titular da pasta, Dr. Cabeto, fez um apelo aos jovens em um vídeo que divulgou. “Precisamos proteger os vulneráveis, as pessoas de baixa renda, que têm pouca capacidade de isolamento. Para isso, não podemos nos aglomerar", enfatizou. O secretário também condenou as festas e demais eventos clandestinos que geram aglomerações. "Os jovens precisam entender que agora é um momento de restrição, que a gente não pode fazer festas clandestinas, se aglomerar nos bares. Falta pouco, e esse pouco você pode ajudar a ser mais rápido”, apelou Dr. Cabeto.

Volta às aulas

No Cariri, os casos de covid-19 entre crianças e adolescentes de zero aos 19 anos mantiveram-se entre 13 e 16% ao longo da pandemia. Agora, com a possibilidade de retorno das aulas e maior exposição, o grupo poderá ser mais afetado pela doença diante do retorno às atividades presenciais. “Eu ainda não me sinto segura em enviar meus filhos ao colégio. A escola fez uma consulta para saber se nós, pais, preferíamos as aulas presenciais ou pela internet e eu escolhi à distância”, diz a autônoma cratense Elisângela Maria, cuja escola dos filhos, Maria Eloá e Miguel Ângelo, de 13 e 11 anos, adotou o ensino híbrido.

A pediatra Kaline Cristh, que atua em Juazeiro do Norte, reitera que as crianças são atingidas em menor número e em quadros menos graves do que os adultos. “Os estudos mostravam que as crianças apresentavam menos sintomas e menos riscos de desenvolver doenças graves, mas eram tão propensas a se infectar quanto os adultos”, explica a médica. Segundo ela, este fato ocorria pela menor exposição das crianças às fontes de transmissão. “O papel das crianças na cadeia de transmissão parece um pouco incerto, principalmente porque passamos quase um ano com elas dentro de casa, impedidas de terem contato com os avós ou ter uma vida social que ela já tinha. Ainda assim, vimos presenciando um grande aumento de casos, inclusive graves”.

Diante do quadro de maior flexibilização das atividades, a médica defende a retomada segura das aulas, desde que professores sejam orientados e as escolas reforcem as medidas de segurança. “Para mim, não justifica as crianças não voltarem às aulas se, à noite, os pais estarão num restaurante com vários amigos, se o irmão mais velho estará com os coleguinhas, se a secretária do lar está indo ao supermercado, a família não mantém uma higiene correta, cuidados ao entrar em casa”, conclui a médica, orientando a manutenção de medidas de prevenção contra o coronavírus.

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