Prisão de Bolsonaro muda quadro eleitoral na corrida pelo Abolição e Planalto
Bolsonaro fica em segundo plano com prisão
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Donizete Arruda
23/11/25 20:47

A prisão de Bolsonaro marca uma inflexão significativa na configuração da direita brasileira: a figura central — ex-presidente, ex-candidato recorrente e polarizador — fica substancialmente em segundo plano. Perde protagonismo e afeta diretamente o favoritismo do filho senador, Flávio Bolsonaro, ou o governador Tarcísio de Freitas, como os favoritos a enfrentarem Lula nas eleições presidenciais de 2026. Cresce a chance de um candidato com menor ligação a Bolsonaro. E mais cotado a cumprir esse papel é governador Ratinho Júnior.
Logicamente, que com Bolsonaro preso abre espaço para dois fenômenos:
• A intensificação da disputa interna pelo legado bolsonarista — quem assume os votos, a estrutura, o discurso e a base de apoio?
• A possibilidade de recomposição de alianças políticas, com o campo de oposição (ou centro) buscando capitalizar o momento de fragilidade de Bolsonaro e do bolsonarismo.

A ausência de Bolsonaro como cabide eleitoral direto (por inelegibilidade, além de estar preso) ameaça enfraquecer candidatos que dependeriam fortemente de sua “brand” política. No Ceará, essa situação abre espaço para candidatos com discursos menos bolsonaristas se apresentarem com alguma vantagem simbólica ou estratégica. Assim, o provável candidato de oposição, Ciro Gomes, se unir ao PL, mas realizar uma campanha mais livre. Isso é tanto verdade, que o presidente do PL-Ceará, André Fernandes, durante encontro com Ciro e empresários cearenses, na sexta (21), declarou: “ Defender o Ceará é a nossa maior prioridade, derrotando o PT”.
No Ceará, como em outros estados, tem uma dúvida: o centramento da campanha estadual estará atrelado a qual será o “puxador” nacional ou estadual. Com Bolsonaro fragilizado, o peso de alianças nacionais pode mudar: candidatos que antes contavam com o “selo Bolsonaro” para atrair votos, podem precisar renegociar apoio, base eleitoral ou redefinir discurso. Isso muda prazos, negociações e estratégias de campanha.

Hoje, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal(STF) decide se mantém Bolsonaro preso. Depois dessa decisão, será preciso avaliar com muito cuidado e atenção, os efeitos dessa prisão na política brasileira, e também na cearense.

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